sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Campanha de Paes pede votos a servidores

Convites são distribuídos dentro de órgãos da prefeitura, o que é proibido pela lei eleitoral

Cássio Bruno

A coordenação de campanha do prefeito Eduardo Paes (PMDB) está promovendo reuniões com servidores municipais para pedir votos no candidato à reeleição. Os convites, intitulados "Somos um Rio", são distribuídos a funcionários de setores da prefeitura, como o da Saúde. Anteontem, num salão de festas em Olaria, na Zona Norte, o evento teve a presença do deputado Rodrigo Bethlem, um dos comandantes da campanha.

O encontro reuniu cerca de 200 pessoas, boa parte que trabalham em unidades do programa Saúde da Família. A reunião, com direito a salgadinhos, refrigerantes e até DJ, ocorreu à tarde, a partir das 17h30m. Em um dos e-mails recebido por uma servidora que preferiu não se identificar, um assessor técnico de saúde escreve ser "importante uma boa representatividade" e que "a presença dos gerentes é obrigatória". O e-mail foi enviado de uma conta pessoal para um endereço pessoal da servidora.

O material, segundo servidores ouvidos pelo GLOBO, é distribuído pela internet e dentro de órgãos da prefeitura, o que também é proibido pela legislação eleitoral. Além de Bethlem, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB) e o candidato a vice na chapa de Paes, Adilson Pires (PT), participam dos encontros.

O procurador regional eleitoral, Maurício da Rocha Ribeiro, afirma que o caso pode ser considerado abuso de poder político:

- Os servidores públicos que se sentirem coagidos de alguma forma podem denunciar ao Ministério Público eleitoral.

No discurso feito em Olaria, Bethlem atacou a gestão do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), pai do adversário de Paes, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), e ironizou a candidatura a prefeito do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL):

- É óbvio que, para quem não está governando, é muito fácil dizer qualquer coisa (...) Aí você põe um sujeito (na prefeitura) que não conhece a cidade, como o Marcelo Freixo, que se mudou de Niterói há seis meses e nunca administrou uma padaria.

Pedro Paulo, outro coordenador de campanha, negou irregularidades. Segundo ele, os servidores não são obrigados a ir às reuniões. Ele informou que os encontros são bancados pela campanha do prefeito, mas não revelou os valores. E ressaltou que, no caso de Olaria, o turno dos servidores acabou às 16h. Pedro Paulo lembrou que a coordenação de campanha não tem como controlar a distribuição dos convites.

FONTE: O GLOBO

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