terça-feira, 4 de setembro de 2012

Em BH, Aécio contesta peso de Lula

Senador considera que se candidatura petista crescer um pouco será pelo capital político do partido em BH e não devido ao apoio do ex-presidente

Bertha Maakaroun

Marcio Lacerda fez corpo a corpo na Região do Barreiro na companhia do governador Antonio Anastasia e do senador Aécio Neves

O senador Aécio Neves (PSDB) procurou minimizar ontem o peso político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o eleitorado de BH. Depois de considerar "natural" que a candidatura do PT "cresça um pouco mais", Aécio atribuiu essa possibilidade não à presença do cacique petista na campanha de Patrus Ananias, mas a "um patamar de votos" que a legenda teria na cidade. "Lula é especial, meu amigo inclusive. Mas acredito que, na hora de decidir o voto, o mineiro tem tradição secular de construir o seu destino, de buscar as suas opções. Isso as pesquisas estão refletindo", argumentou.

Mesmo sem citar nominalmente ministros que estiveram na capital, como o da Saúde, Alexandre Padilha, e a da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, Aécio afirmou: "Por mais que ministros de estado e outras lideranças venham a BH, e serão sempre por nós muito bem recebidos, a decisão caberá ao eleitor mineiro. Como ocorreu em relação ao governador Anastasia, onde essas mesmas lideranças nacionais aqui vieram pedir voto ao nosso adversário e o Anastasia venceu a eleição no primeiro turno", observou Aécio Neves.

O governador Antonio Anastasia (PSDB) rebateu também a crítica de Lula durante comício na Praça da Estação, de que o estado estaria quebrado. "Vou me limitar a informar que há menos de um mês a agência internacional Standard & Poors, a mais respeitada do mundo, analisou as finanças de Minas e subiu a nossa avaliação", disse, repetindo o que Aécio havia dito anteontem.

As declarações do presidente nacional do PT, Rui Falcão, de que o partido percebe sinais de um eventual rompimento com o PSB para as eleições presidenciais de 2014, foram negadas pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). "Não acho que seja verdade. Ele está procurando acirrar a militância do PT aqui, em Recife, em Fortaleza e em outros lugares contra o PSB. Mas isso é de certa forma terrorismo político, que acho que não cola, pois, até onde sei, o PSB tem compromisso com a presidente Dilma, o que ficou claro no encontro que os governadores do Nordeste tiveram com ela recentemente", ponderou.

Samba - Aécio e Anastasia participaram ontem, ao lado de Marcio Lacerda, de ato de campanha no Barreiro, onde visitaram as obras do Hospital Metropolitano. O prefeito justificou o atraso nas obras pela falência de uma das empresas vencedoras da concorrência e respondeu às críticas dos adversários pela demora na conclusão. "O importante é que vai ser entregue. Houve um pequeno atraso motivado por uma empresa que faliu, mas a obra está a todo vapor, com 150 operários. Já a partir de dezembro a segunda empresa que fará a finalização entra em paralelo com a que está trabalhando agora", informou.

Depois da visita ao hospital, Lacerda, Anastasia e Aécio fizeram corpo a corpo na Avenida Sinfrônio Brochado, onde cerca de 200 militantes o aguardavam. Lacerda chegou a sambar, ao lado vice, Délio Malheiros (PV), com eleitores.

Jingle - Lacerda comentou a decisão liminar da Justiça Eleitoral que suspendeu o jingle de sua campanha por repetir melodia já usada pela Prefeitura de Belo Horizonte. "É uma liminar que o juiz concedeu, contrariando decisões de outros dois juízes, também em nível de liminar. Vamos apelar, já mudamos o jingle, mas deixa o "Marcio trabalhar" continuará", afirmouw.

Debate - Foi tenso o debate entre os candidatos a prefeito de BH, ontem à noite, no Centro Universitário UNA. O prefeito Marcio Lacerda (PSB), que disputa a reeleição, foi o principal alvo dos adversários e reclamou dos ataques. O maior crítico não foi o candidato do PT, Patrus Ananias, que polariza a disputa com o socialista, mas Tadeu Martins (PPL). As torcidas dos candidatos ficaram exaltadas e foram contidas pelos coordenadores do debate, que ameaçaram retirar do auditório quem continuasse interrompendo e atacando a fala do adversário.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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