sábado, 1 de setembro de 2012

Em Recife, PSB reage ao discurso petista de 'traição'

PSB x PT

Porta-voz Waldemar Borges é escalado para negar problemas na relação do governador com Lula e a acusar petistas

Sheila Borges

A declaração do dirigente nacional do PT e coordenador da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), Francisco Rocha, o Rochinha, classificando o governador Eduardo Campos (PSB) de “traidor” por ter lançado Geraldo Julio (PSB) à Prefeitura do Recife sem o aval do PT, repercutiu no Palácio do Campo das Princesas e na Frente Popular. Oficialmente, não teria incomodado. Eduardo não quis comentar, mas o líder do governo na Assembleia Legislativo, Waldemar Borges (PSB), foi escalado para rebater.

O parlamentar disse que o partido não vai ficar cantando esse “samba de uma nota só”. Ele se referiu ao discurso do PT que reforça a tese de que há uma afastamento entre Eduardo e o ex-presidente Lula, a partir da movimentação do PSB no Recife e em outras cidades. “A gente não vai ficar nesse bate-boca estéril. Tentam forjar uma intriga em função de um episódio eleitoral”, argumentou.

Waldemar terminou dando mais munição à polarização PT X PSB ao alegar que a postura de Rochinha está parecendo mais uma “desculpa” para uma derrota do candidato da legenda a prefeito do Recife, Humberto Costa. “Daqui até a eleição, o PT vai tentar agredir. Estamos crescendo”, falou, citando os resultados das mais recentes pesquisas de opinião que são favoráveis a Geraldo Julio.

O candidato a vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), considerou o conceito de traição, utilizado por Rochinha, de “aberração”. “Ele (Rochinha) tem consciência da contribuição de Eduardo nas eleições de Lula e de Dilma. E sabe que estamos juntos no Estado e no governo Dilma”. Luciano foi mais além, afirmou que os argumentos utilizado por Lula no guia eleitoral, para tentar desqualificar o conceito de gestor, não cola. A população, segundo Luciano, está esperando um administrador com habilidade política e Geraldo tem esse perfil.

“Em São Paulo, vale o discurso do gestor. Fernando Haddad é gestor (o candidato a prefeito do PT). Lá também vale ampliar a aliança (referindo-se à união com o PP de Paulo Maluf). Aqui, não”, frisou, em alusão à inserção do PMDB na Frente Popular. Lula não teria “engolido” essa aproximação porque o senador Jarbas Vasconcelos, principal líder peemedebista, sempre se posicionou contra ele e os governos do PT. “São dois pesos e várias medidas. Há uma predisposição de acreditar no que Lula diz. Nesse caso, está equivocado”, ironizou. Lembrou ainda que Lula usou essa tese para eleger a presidente Dilma Rousseff (PT).

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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