sexta-feira, 7 de setembro de 2012

No Rio de Janeiro, Guapimirim fica sem comando após prisão de prefeito por fraude

Cargo pode ser assumido por presidente interino da Câmara Municipal

Luiz Gustavo Schmitt

Um dia depois de a polícia e o Ministério Público desarticularem o esquema de fraude milionária que levou à prisão do prefeito de em Guapimirim, Renato Costa Mello Júnior, o Júnior do Posto (PMDB), a cidade enfrenta um vácuo de poder. Com paradeiro desconhecido, o vice-prefeito, Marco Aurélio Dias (PSDC), não tomou posse e tem 48 horas para fazê-lo. Caso contrário, quem assume é o presidente interino da Câmara Municipal, o vereador Paulo Cesar da Rocha, o Cesar do Modelo (PT do B), que substitui, desde ontem, o ex-presidente da Casa, Marcelo Prado Emerick, o Marcelo do Queijo (PPS) - foragido da polícia por envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela operação Os Intocáveis.

A situação na Câmara, no entanto, também é de instabilidade já que o Tribunal de Justiça do Rio pediu o afastamento cautelar de quatro dos nove vereadores. Cesar do Modelo explicou que os suplentes dos parlamentares assumirão na terça-feira e que a Casa deve instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o recebimento de propinas de R$ 50 mil a R$ 80 mil pagas aos vereadores Iram Moreno de Oliveira, o Iram da Serrana (PMDB); Alexandre Duarte de Carvalho (PSC) e Marcel Rangel Garcia, o Marcel do Açougue (PMDB).

- A cidade está sem governo. Na prefeitura, os funcionários não sabem o que fazer. Fomos surpreendidos. A gente desconhecia tudo que estava acontecendo. Vamos apurar com rigor - disse o presidente interino da Câmara.

Nas ruas de Guapimirim, o clima é de revolta e medo. Moradores, que pediam anonimato, denunciavam que os jornais de grande circulação foram comprados no início da manhã, logo após a abertura das bancas.

No centro, as calçadas da Avenida Dedo de Deus, a principal da cidade, continuavam repletas de propagandas de Marcelo do Queijo e da ex-secretária e candidata à prefeitura, Ismeralda Rangel Garcia Costa (PMDB), também presa pela polícia. Ainda havia carros de som da candidata tocando seu jingle pelas ruas. Já as placas do candidato a prefeito Oswaldo Vivas (PTC), que delatou o esquema de corrupção à polícia, estavam quebradas e rasgadas. Em entrevista a O GLOBO, Vivas contou que o esquema de corrupção movimentava somas maiores do que os R$ 48 milhões divulgados pela polícia.

- Esse esquema desviou o triplo desse valor. O que polícia encontrou até agora é só a ponta do iceberg.

FONTE: O GLOBO

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