segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Paes critica Guaraná, ex-chefe de gabinete


Candidato a vereador contratou assessor ligado a miliciano

Cristina Tardáguila, Juliana Dal Piva

O prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB, criticou ontem seu ex-chefe de gabinete, ex-secretário de Obras e da Casa Civil, Luiz Guaraná - atual candidato a vereador pelo PMDB - por ter contratado como assessor um antigo funcionário do ex-vereador Cristiano Mathias Girão, condenado a 14 anos de prisão por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Em carreata pelo Cachambi, Paes disse que a contratação demonstra "falta de inteligência e de percepção" e contou que já "puxou a orelha" de Guaraná. Negou que o caso revelado pela "Veja" afete sua campanha.

No evento, a comitiva de Paes, que contava com pelo menos dez veículos adesivados pela campanha de Guaraná e com a presença do "homem latinha" (símbolo do candidato), passou por centenas de cartazes em que os dois aparecem acima da frase "Há 20 anos trabalhando juntos". Mas Guaraná não participou do evento.

- Acho muito ruim para ele ter contratado alguém que trabalhou para o Girão. Se eu fosse ele, já tinha demitido ontem - disse Paes. - Isso não me afeta em nada, mas já puxei a orelha dele porque, por mais que o rapaz não tenha ligação com a milícia, tem um mal antecedente. Trabalhou no gabinete de um sujeito esquisitíssimo.

Paes, que diz ter se reunido com Girão "duas ou três vezes", classifica o ex-vereador como "um horror", mas defende Guaraná, dizendo se tratar de "um homem de bem".

Em nota, Guaraná informa que todos os assessores são submetidos à pesquisa antes da nomeação e que não há qualquer problema na ficha de Anderson da Silva, citado pela "Veja". Mesmo assim, anunciou ter pedido sua exoneração.

A revista "Veja" informa que o ex-assessor de Girão, conhecido como Zoião, trabalhou para o miliciano até 2010 e coordenava a campanha de Guaraná na Gardênia Azul.

O candidato do PSOL à prefeitura, Marcelo Freixo, afirmou que, em depoimento à CPI das Milícias, por ele presidida, Girão contou que mantinha relações com o ex-secretário municipal de Ordem Pública Rodrigo Bethlem, que hoje é coordenador de campanha de Paes. O próprio PSOL, no entanto, já teve nesta eleição problemas com milicianos. Há duas semanas, o partido, após divulgação de que o candidato a vereador Berg Nordestino era citado no relatório da CPI, abriu processo de expulsão contra ele. O TRE-RJ, no entanto, ainda não cassou seu registro.

FONTE: O GLOBO

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