sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Partidos governistas acusam oposição de golpe contra Lula


Em carta aberta, presidentes de seis siglas defendem ex-presidente

Maria Lima

BRASÍLIA - Cinco partidos da base, articulados pelo presidente do PT, Rui Falcão, divulgaram ontem uma carta "à sociedade brasileira" em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A carta assinada pelos presidentes de PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, é um repúdio aos dirigentes de PSDB, DEM e PPS "que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade" do ex-presidente, afirmaram.

Sem a assinatura de dirigentes de PR, PTB e PP, também da base, os dirigentes governistas, inclusive o governador Eduardo Campos, do PSB, falam em golpe e acusam a oposição de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF)na votação do mensalão. E concluem dizendo que o povo vai rejeitar mais uma vez essa "mesquinharia".

Acusações seriam "invencionices"

Até agora, Lula, que se dirigia ontem para o México enquanto a carta era divulgada, tem se calado sobre o assunto, que vem provocando uma guerra de notas entre oposição e governo. A carta conjunta diz que a oposição, valendo-se de "fantasiosa matéria veiculada pela revista "Veja", pretende transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação".

Semana passada, a Executiva Nacional do PT divulgou carta conclamando militantes, simpatizantes, parlamentares e governantes a fazerem uma mobilização "do tamanho do Brasil" para defender "o legado" de Lula.

"Quando pressionam a mais alta Corte do país, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula. A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo", diz o texto subscrito pelos governistas.

Falcão encabeça as assinaturas, seguido por Eduardo Campos, Valdir Raupp (PMDB) , Renato Rabelo (PCdoB), Carlos Lupi ( PDT) e Marcos Pereira (PRB). Eles dizem que "forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova".

Comparação com golpe de 1964

"O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados", afirmam na carta.

Os signatários comparam a atual situação à crise política de 1954, quando, dizem, inventaram um "mar de lama" para afastar Getulio Vargas, que acabou se matando. E a 1964, quando João Goulart (Jango) foi deposto,

"Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o país a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos".

FONTE: O GLOBO

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