domingo, 30 de setembro de 2012

Pesquisas indicam equilíbrio de força política nas capitais


João Domingos

BRASÍLIA - As forças partidárias que atualmente governam as capi­tais deverão sofrer mudanças e deslocamentos a partir do ano que vem, quando tomam posse os novos prefeitos. Mas o quadro tende a manter um certo equilíbrio com a situa­ção atual, levando-se em con­ta as últimas pesquisas de pre­ferência do eleitorado para as eleições do próximo domingo. O PT, que hoje governa sete ca­pitais, poderá perder o título de campeão. E favorito em cin­co, assim como o PSDB, que hoje só tem um prefeito, o de São Luís (MA), João Castelo.

Alguns partidos deverão ser ali­jados do poder nas capitais, co­mo o PC do B, que vai deixar o poder em Aracaju (SE) ou para o DEM, que disputa com o ex-sena­dor João Alves, ou para o PSB, que lançou o deputado Valada­res Filho, apoiado pelo governa­dor Marcelo Déda (PT) e pelo atual prefeito, o comunista Ed- valdo Nogueira. Nas últimas se­manas o favoritismo de Alves caiu, enquanto Valadares subiu muito nas pesquisas.

Outro que dará adeus a uma prefeitura é o recém-criado PEN, partido do prefeito de Maceió (AL), Cícero Almeida. As pesqui­sas indicam que ele deverá ser substituído pelo tucano Rui Pal­meira. Tanto Nogueira, em Ara­caju, quanto Almeida, em Ma­ceió, já estão no segundo manda­to e não puderam disputar a ree­leição.

Atualmente, as 26 prefeituras de capitais são governadas por 11 partidos e um sem partido - o pre­feito de João Pessoa (PB), Luciano Agra. Eleito pelo PSB, Agra dei­xou a legenda depois que o presi­dente da sigla, Eduardo Campos, o impediu de tentar a reeleição, lançando Estelizabel Bezerra. Em represália, Agra passou a apoiar o petista Luciano Carta­xo, hoje favorito na disputa con­tra o senador tucano Cícero Lucena, ex-prefeito, e o ex-governador José Maranhão, do PMDB.

Agra exigiu que o PT aceitasse na chapa o vice Nonato Bandei­ra, do PPS, partido que faz oposi-o à presidente Dilma Rousseff. As direções partidárias do PT e do PPS tiveram de engolir a exi­gência, visto que vetaram alian­ças entre si. Quadro semelhante só é repetido em Uberaba, em que o PPS apoia o candidato petista Gilmar Machado, favorito na disputa. Mas, ao contrário de João Pessoa, não integra a chapa majoritária.

Levando-se em conta as proje­ções de votos, o número de parti­dos que se distribuirão na chefia dos executivos das capitais será de 12. Pela primeira vez o PSOL poderá eleger um prefeito, o ex-petista Edmilson Rodrigues, em Belém (PA). Rodrigues já foipre­feito da capital paraense e está à frente de políticos tradicionais, como Zenaldo Coutinho (PSDB) e José Priante (PMDB).

O PSB governa hoje três capi­tais. Poderá chegar a quatro, mas corre o risco de perder Curitiba. Na capital paranaense, o prefei­to Luciano Ducci tenta a reelei­ção, mas está atrás de Ratinho Junior, do PSC. Gustavo Fruet (PDT), que tem o apoio do PT, aparece em terceiro lugar.

Já o PSD, que tem o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sairá da capital paulista. É provável que migre para Florianópolis (SG), com o favorito Gesar Sou­za Junior. O PTB, que hoje está à frente de três capitais - Teresina (PI), Belém e Guiabá (MT) - po­derá ficar sem nenhuma. De acor­do com as pesquisas, o partido não elegerá prefeito de capitais.

O PP, que hoje comanda a Pre­feitura de Salvador (BA) com João Henrique, poderá migrar para Palmas (TO), onde o empre­sário colombiano naturalizado brasileiro Garlos Amastha dei­xou para trás Marcelo Lelis, do PV, que tem o apoio do governa­dor tucano Siqueira Gampos. A cidade é governada por Raul Fi­lho, do PT, que passou por um sério desgaste depois da divulga­ção de um vídeo em que negocia com o empresário Garlos Augus­to Ramos, o Carlinhos Cachoei­ra. Como já foi reeleito, ele não disputa a eleição.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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