segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Derrotar o PT, nas urnas, é a tarefa dos democratas – Alberto Goldman


Claro está que, em nenhum momento, os dirigentes e parlamentares do PT imaginaram que poderia haver um processo judicial que os atingisse da maneira que o julgamento que ora acontece no STF. Embalados em vitórias eleitorais e sob o manto do prestígio de seu líder maior, o Lula - que se tornara um mito - chegaram a ter a certeza de que qualquer ação, ainda que ilegal ou imoral, seria encoberta pela sua força política, garantido-lhes a impunidade.
Durante anos o processo do chamado mensalão foi se arrastando no tempo, o que lhes infundia a certeza de que nada aconteceria, como aliás tem mostrado a história política do nosso país. Quando da denúncia do Ministério Público e de sua aceitação pelo STF, acendeu-se um sinal amarelo mas, ainda assim, pensaram que tudo se resolveria, diante das vitórias eleitorais que lhes dava o povo, anestesiado pela melhoria do quadro econômico que lhe permitia consumir bens e serviços aos quais nunca tinha tido acesso.
Então, inesperada e surpreendentemente para eles, surge o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, indicado para o Tribunal por eles mesmos, a mostrar a sua independência de juiz e a propor a condenação de quase todos os envolvidos. Assustado com a perspectiva de condenações vai o Lula, de forma aloprada, certo de que tudo podia, tudo lhe era permitido, enebriado com a vitória de sua criação mais recente - Dilma Roussef - buscar o adiamento do julgamento, sob a esperança da aposentadoria de alguns membros da Corte Suprema e a sua substituição por elementos mais suscetíveis aos seus interesses. Deu com os burros n'água.
A partir daí não faltaram as acusações de que o processo era um golpe contra eles e que o STF estava fazendo o jogo da oposição. Essa mesma oposição, diminuta, frágil, derrotada, estaria comandando as decisões do STF, constituído em sua ampla maioria, por membros por eles indicada.
Durante semanas temos assistido ao desenrolar de um processo que já caracterizou o desvio de dinheiro público, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e apontou corruptos e corruptores. E isso tem provocado declarações, cada vez mais raivosas e ameaçadoras de condenados e mesmo de absolvidos que, ao lado do próprio Lula, pedem ao povo vitórias eleitorais para desmoralizar o STF como se essas vitórias pudessem apagar os crimes cometidos e mesmo significar um julgamento popular que contrariasse ou compensasse as decisões do Tribunal.
Esse o jogo do PT. Pouco lhes importa o que significaria a desmoralização do Judiciário. Seus interesses políticos se superpõe aos interesses da democracia. Chegam a dizer que essas decisões da Suprema Corte estão pondo em risco a própria República. Eles sim, querem golpeá-la. Não tenho dúvidas de que, se pudessem, se para isso tivessem força suficiente, baixariam um Ato Institucional, nos moldes do que a ditadura nos aplicou, e fariam a sua própria justiça.
Aos democratas se exige a resistência e a melhor forma de enfrentar as ameaças é dar uma resposta nas urnas, impedindo que as usem para afirmar a supremacia do partido no poder e destruir as conquistas democráticas conquistadas a duras penas.
Presidente em exercício do PSDB

Fonte: Blog do Goldman

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