segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Num mea-culpa, PT admite “autoanálise” , em Recife


Vice de Humberto Costa no Recife, João Paulo reconheceu ontem que o partido precisa fazer uma “profunda análise” do processo eleitoral logo após as eleições

Manoel Guimarães

Candidato a vice-prefeito na chapa puro-sangue do PT no Recife, encabeçada por Humberto Costa, o deputado federal João Paulo fez um “mea-culpa” e reconheceu ontem que seu grupo precisa, após as eleições, fazer um “profunda análise” do processo eleitoral e do próprio PT. Segundo o petista, que ontem comandou a agenda de campanha do PT numa caminhada no Alto do Pascoal, reconhecer a importância de um exame do que ocorreu no partido também reside na postura adotada pelo prefeito João da Costa (PT) na eleição, um dos responsáveis pela cizânia que se tornou a candidatura petista neste ano, que só foi definida pela direção nacional do partido em junho, às vésperas das convenções, após uma controvertida prévia que terminou anulada.

João da Costa, inclusive, tornou-se alvo de críticas da propaganda eleitoral de Humberto. Na última semana, o candidato dividiu o tempo do programa eleitoral entre questionamentos à postura do correligionário e críticas à Parceria Público-Privada (PPP) da Compesa, na tentativa de atingir o candidato do PSB, Geraldo Julio. De acordo com João Paulo, essa linha que vem sendo adotada no guia deve pautar a reta final da campanha eletrônica.

“O PT nacional, a partir dos problemas no Recife, escolheu outro candidato, e ele (o prefeito) não apoiou, colocando-se claramente no apoio a Geraldo Julio. Isso fez com que Humberto realçasse mais um sentimento que percebemos durante toda a campanha. Talvez tenhamos levado muito tempo para tomar essa decisão, mas antes tarde do que nunca”, avaliou João Paulo. “Não acredito que a linha da campanha mude muito na orientação do programa eleitoral. Até o final da campanha, será mantê-la do jeito que está”, completou.

Atrás de recursos

O deputado justificou a ausência de Humberto Costa no último domingo de campanha. O petista foi a São Paulo acompanhar uma cirurgia do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que luta contra um câncer. Além do motivo pessoal, Humberto iria aproveitar a viagem para contatos com a cúpula nacional do PT. Isso porque existe uma expectativa de liberação de recursos para a campanha do Recife, uma queixa antiga dos petistas nos últimos meses.

“Estamos cumprindo o que essencialmente teríamos que cumprir: intensificando as agendas, as caminhadas, a animação da militância. Precisamos agora de um reforço mais financeiro da nacional para esta reta final e há perspectivas de chegar um apoio, mas estamos aguardando”, informou João Paulo.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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