quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Pesquisa Ibope: São Paulo/Belo Horizonte/Rio de Janeiro


Russomanno cai ainda mais

A cinco dias da votação, candidato do PRB à prefeitura de SP teve queda de sete pontos no Ibope; Haddad e Serra seguem empatados

Russomanno variou de 34% para 27%, mas segue à frente de Serra (19%) e Haddad (18%). No Rio, Eduardo Paes (PMDB) chegou a 57% dos votos e deve ganhar no 1º turno. Em Belo Horizonte, diferença de Márcio Lacerda (PSB) para Patrus Ananias (PT) caiu de 17 para 9 pontos.

Em São Paulo, Russomanno cai sete pontos

Segundo Ibope, candidato do PRB lidera com 27%; Serra (19%) e Haddad (18%) estão empatados tecnicamente

Guilherme Voitch, Gustavo Uribe, Leonardo Guandeline e Silvia Amorim

SÃO PAULO Alvo preferencial dos adversários desde a semana passada, o candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, caiu sete pontos percentuais na pesquisa Ibope divulgada ontem, mantendo trajetória de queda das intenções de voto na reta final da campanha. José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) continuam tecnicamente empatados. O levantamento, contratado pela TV Globo e o jornal "O Estado de S.Paulo", mostrou Russomanno com 27%, Serra com 19%, e Haddad com 18%. Na pesquisa anterior, de 25 de setembro, o candidato do PRB tinha 34%, o tucano, 17%, e o petista, 18%.

Serra mantém maior rejeição

Gabriel Chalita (PMDB) registrou o maior crescimento (7% para 10%), e se mantém em quarto lugar. Soninha Francine (PPS) apareceu com 4%. Os demais tiveram menos de 1% ou não pontuaram. O quadro de rejeição aos candidatos pouco mudou. Serra tem o maior índice (38%), seguido de Haddad (19%), Soninha (17%) e Russomanno (16%). A pesquisa mostrou que, a cinco dias da votação, havia uma parte relevante do eleitorado indecisa, 9%. Votos em branco e nulos somaram 11%.

A pesquisa foi realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro, com 1.204 entrevistados. Foi registrada na Justiça Eleitoral com o número 1474/2012. O cenário para o segundo turno também teve pouca alteração em relação à sondagem anterior. Russomanno surge como vencedor numa disputa com Serra (46% a 28%) ou Haddad (39% a 30%). Entre o tucano e o petista, Haddad venceria por 38% a 31%.

Russomanno ataca Haddad

Em queda nas pesquisas, Russomanno partiu ontem, pela primeira vez, para o ataque contra o PT. Usou o julgamento do mensalão para criticar o adversário.

- Sem mentira, não conseguem ganhar eleição. São especialistas nisso. O Supremo está decidindo isso - disse.

Russomanno vinha evitando entrar em confronto mais duro com o PT, uma vez que o PRB integra a base da presidente Dilma Rousseff. Ele e Haddad têm divergido sobre o uso do bilhete único:

- Estou colocando os pingos no "is". Ele está mentindo descaradamente. Mentindo para ganhar eleição na rasteira. Mentindo em relação à passagem do ônibus. Mentindo que vou acabar com bilhete único e mudar preço da passagem. Ele quer fazer rasteira e baixar o nível, levar a campanha para o esgoto - afirmou Russomanno.

Em caminhada, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad rebateu as críticas. Segundo ele, Russomanno está "destemperado" e tem perdido a linha com "muita facilidade." O petista convidou o adversário do PRB a fazer um debate cara a cara sobre o bilhete único:

- Se ele se julgar em condições de debater, as nossas assessorias podem marcar um lugar na quinta-feira, com transmissão pela internet - afirmou Haddad.

Alvo de críticas de Dilma, em comício em São Paulo anteontem, Serra sugeriu ontem à presidente que invista seus esforços para resolver os problemas do país. Para o tucano, há duas questões emergenciais: o crescimento lento da economia e o aumento da inflação.

- Desejo que ela tenha força para poder enfrentar e dedique o melhor do seu trabalho para isso: enfrentar os problemas do Brasil - disse Serra.

No palanque de Haddad, anteontem, a presidente rebateu declaração do candidato tucano de que ela não deveria "meter o bico" na eleição em São Paulo.

Cai diferença em BH, e PT aposta em Dilma para ir ao 2º turno

Ibope mostra que prefeito Marcio Lacerda caiu de 47% para 44%, enquanto Patrus foi de 30% para 35%

Maria Lima

BELO HORIZONTE Agora é guerra. Com a reação registrada ontem em pesquisa de intenção de voto, a presença da presidente Dilma Rousseff num comício hoje em Belo Horizonte é o tiro de canhão que o petista Patrus Ananias espera desferir na campanha adversária e levar para o segundo turno a disputa pela prefeitura da capital mineira. Pesquisa Ibope divulgada ontem pela TV Globo confirmou a redução da diferença entre o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e Patrus de 17 para nove pontos percentuais.

Lacerda tinha 47% e caiu para 44%. O petista tinha 30% e subiu cinco, chegando a 35%. Mas, se esses números se confirmarem no domingo, Marcio Lacerda ainda vence no primeiro turno com 53% dos votos válidos, contra 42% de Patrus. A pesquisa, realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro, foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) sob o número 00936/2012. Foram entrevistadas 1.106 pessoas em Belo Horizonte, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

A reação de Patrus nas pesquisas e a presença de Dilma e do vice Michel Temer em ato hoje em Belo Horizonte aumentaram no QG petista as esperanças de um segundo turno com Lacerda - possibilidade temida pelo comando da campanha da reeleição.

Aécio irrita comando petista

De ânimo renovado com essa possibilidade, Patrus conversou ontem de manhã com o ex-presidente Lula, que o orientou a ficar firme e confiar na vitória. Há irritação muito grande no comando petista com as críticas dos últimos dias feitas pelo senador Aécio Neves (PSDB) a Dilma e Lula. A presidente pode dar resposta dura a Aécio, a exemplo do que fez anteontem em São Paulo com o também tucano José Serra.

- Não quero entrar nessa polêmica, mas a presidente Dilma tem uma biografia, uma história em Minas - disse Patrus, reclamando dos ataques de Aécio, que chamou Lula de chefe de facção e acusa Dilma de ter tirado R$ 300 milhões de Minas ao vetar projeto que reajustaria royalties do minério.

Durante caminhada ontem no centro de Belo Horizonte, Patrus não escondeu a alegria com o reforço presidencial:

- A presidente Dilma é uma grande líder nacional, e sua vinda vai acrescentar. Vamos mostrar que juntos vamos fazer mais e melhor por Belo Horizonte.

Já o comando da campanha de Marcio Lacerda minimiza a possibilidade de uma reviravolta na disputa.

- A base de intenção de votos do Marcio pode até diminuir um pouco, mas tem gordura para queimar até domingo. A vinda de Dilma não é um fato novo. Chega com os programas eleitorais acabados. Mas ela fez um gesto, né? Se a pedido de Lula ou do candidato, não sei; o certo é que terá um efeito limitado. Estamos confiantes - avaliou o senador Aécio Neves.

A avaliação de integrantes da campanha de Lacerda é que Dilma demorou demais a ir pessoalmente pedir votos para o companheiro. Como o comício está marcado para às 17h e não pode ser mostrado no último programa de TV de hoje à noite, a expectativa é que a presidente Dilma - pressionada pelo comando petista e por apelos do próprio candidato, que reivindicou tratamento similar ao dado a Fernando Haddad (SP) - aproveite para responder as críticas mais acirradas de Aécio.

- A presidente Dilma será muito bem recebida em Belo Horizonte, mas ela e Lula já estão na campanha de Patrus desde o início. E há dois anos os dois estiveram aqui, e até com certa agressividade, e não mudaram os rumos da eleição em Minas - disse Aécio.

O prefeito Marcio Lacerda também minimizou o impacto da presença de Dilma no palanque de Patrus. Em tom de brincadeira, disse que até iria ao aeroporto recepcionar a presidente se ela não estivesse visitando a cidade para um evento de campanha:

- Estamos falando de uma eleição municipal. Uma decisão que é do eleitor belo-horizontino.

Paes sobe cinco pontos e tem 57%

Segundo a pesquisa, Freixo tem 18% das intenções de voto; Maia e Otavio Leite empatam com 2% cada

Cristina Tardáguila

Cinco pontos percentuais em sete dias. Este foi o crescimento registrado pelo prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB, na última semana. Segundo pesquisa do Ibope encomendada pela TV Globo e divulgada ontem, Paes tem 57% das intenções de voto e venceria com folga no primeiro turno, totalizando 70% dos votos válidos - sem contar os votos em branco e os nulos.

Marcelo Freixo, candidato do PSOL, subiu um ponto percentual e aparece agora com 18% das menções. Ele somaria 22% dos votos válidos se a eleição fosse hoje. Rodrigo Maia (DEM) e Otavio Leite (PSDB) estão empatados em terceiro lugar, com 2% das intenções de votos cada. O mesmo acontece com Aspásia Camargo (PV) e Cyro Garcia (PSTU). Ambos têm 1% das menções. Fernando Siqueira (PPL) e Antônio Carlos (PCO) não pontuaram na quinta pesquisa feita pelo Ibope sobre a corrida eleitoral carioca. Votariam em branco ou anulariam 11% dos eleitores. Não quiseram ou não souberam responder à sondagem 8% dos entrevistados.

Maia, um resultado "inesperado"

A pesquisa, que ouviu 1.204 eleitores entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, foi registrada no TRE-RJ sob o número 000196/2012 e também fez uma simulação de segundo turno.

Nele, Paes venceria com 61% dos votos, e Freixo ficaria com 24%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Procurado pelo GLOBO, Paes não comentou os resultados. Freixo, por meio de sua assessoria de imprensa, lembrou que "pesquisas falham" e citou a última eleição municipal como exemplo. "A última pesquisa do Ibope, divulgada em 4 de outubro de 2008, indicou que o candidato Gabeira tinha 19% dos votos válidos (atrás de Crivella, com 21%), mas as urnas levaram Gabeira ao segundo turno com 25%, contra o atual prefeito". O socialista ainda se diz confiante e pede à militância que vá às ruas para encerrar a "campanha com força total".

- Esses resultados do Ibope indicam que o caso PTN (sobre a suposta compra de apoio político feita pelo PMDB e revelada pelo site da revista "Veja" no fim de semana, que o PMDB nega) não chegou ao conhecimento do eleitorado de Paes, que é, em sua maioria, de baixa renda e de menor escolaridade - disse Felipe Borba, cientista político e pesquisador do Iesp/Uerj. - O assunto não apareceu no horário eleitoral nem foi usado pela oposição nas inserções feitas ao longo do dia na programação de TV. Assim sendo, não influenciou o eleitor.

Borba chama atenção ainda para outras duas leituras que considera possíveis dentro dos resultados divulgados ontem pelo Ibope: uma sobre Rodrigo Maia e outra sobre o PV:

- Ao que tudo indica, o resultado do candidato do DEM será o mais inesperado de toda a eleição carioca. Maia é filho de um ex-prefeito (Cesar Maia) que ficou 12 anos no poder. Também teve boas votações quando eleito deputado federal. Seus 2% só podem ser explicados de uma forma: é a soma das duas rejeições que ele herdou, a do pai e a do ex-governador Anthony Garotinho.

Clarissa Garotinho, filha do ex-governador, é candidata a vice-prefeita na chapa de Maia.

Sobre a situação do PV na cidade, Borba mantém o tom crítico. Lembra que, apesar de a cidade ter sediado a Rio+20 recentemente, a bandeira verde ainda não deve ter um apoio expressivo nas urnas:

- O PV por si só não está com inserção alguma no eleitorado do Rio - afirmou. - O resultado que a Aspásia tem obtido nas pesquisas de intenção de voto mostra que as votações de Fernando Gabeira em 2008 e a de Marina Silva em 2010 foram personalistas e não atreladas ao programa da sustentabilidade.

Fonte: O Globo

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