quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PPS formaliza apoio a Serra com ataque ao mensalão, e PT reage


Aliado de tucano diz que caso é mais grave que assassinatos, e que São Paulo não deve entregar prefeitura a mensaleiros

Coordenador de Haddad afirma que partido reagirá levando à TV temas como compra de votos no governo FHC

Paulo Gama, Daniela Lima, Luiza Bandeira e Bernardo Mello Franco

SÃO PAULO - O PPS formalizou ontem seu apoio à candidatura de José Serra (PSDB) a prefeito de São Paulo com duros ataques ao PT do rival Fernando Haddad. Em ato no comitê tucano, o presidente do partido, Roberto Freire, disse que o mensalão é mais grave que um assassinato e que São Paulo "não deve entregar a prefeitura a mensaleiros".

A campanha petista afirmou que reagirá aos ataques sobre o assunto levando à TV temas sensíveis aos tucanos, como o mensalão mineiro, as privatizações e a compra de votos a favor da emenda da reeleição no governo FHC.

Ao lado de Serra e de Soninha Francine, candidata do PPS derrotada no primeiro turno, Freire disse que o julgamento do mensalão entrará para a história ao lado do suicídio de Getúlio Vargas (1954) e do impeachment de Fernando Collor (1992).

"Agora não existe mais presunção de inocência, existem criminosos que roubaram dinheiro público. [...] É um crime que causa talvez mais mal do que pode causar para uma família o assassinato de uma pessoa", disse.

Serra voltou a dizer que o julgamento do caso representa "o começo do fim da impunidade" no Brasil.

As declarações foram dadas no dia seguinte à condenação dos principais réus petistas no processo.

Mais cedo, em ato de campanha, Haddad tentou se desvincular das condenações e cobrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue o mensalão mineiro imediatamente. "Até para que mantenha sua condição de imparcialidade", justificou.

O petista disse também que o STF deve usar a jurisprudência construída neste julgamento para "passar em revista a origem de tudo". "Tudo começou com o PSDB de Minas Gerais", afirmou.

Haddad fazia referência ao chamado mensalão mineiro, relativo à campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998, que ainda não foi julgado.

O coordenador da campanha de Haddad, Antonio Donato, disse que o PT deve reagir com escândalos do governo FHC quando a propaganda eleitoral for retomada. "Vamos fazer o debate ético por inteiro. Eles têm muitas explicações para dar."

Fonte: Folha de S. Paulo

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