segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Primeiro escalão nos palanques de aliados


Principais ministros são acionados para participar das campanhas nas cidades consideradas estratégicas, incluindo a gravação de programas eleitorais, que voltam ao ar hoje. Prioridade para o PT, São Paulo terá atenção especial

Juliana Braga, Adriana Caitano

A 13 dias do segundo turno, os ministros do governo Dilma Rousseff começam a intensificar a agenda de palanques e gravação de programas eleitorais para ajudar na conquista do maior número de prefeituras pela base aliada. Assim como a própria presidente, eles calculam as cidades em que a participação de uma figura nacional pode reverter o quadro a favor dos candidatos de legendas governistas. O apoio já começa hoje, com o início do horário eleitoral na TV.
O PT concentra esforços em São Paulo, prioridade para o partido, que tenta retomar o comando da cidade governada pela oposição há quase oito anos. Na semana passada, Dilma esteve na capital paulista, acompanhada dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Educação) e Fernando Pimentel (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior) para, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, costurar apoios para a candidatura de Fernando Haddad (PT). Além desses ministros, voltarão a marcar presença em São Paulo Alexandre Padilha (Saúde) e Marta Suplicy (Cultura), que ganhou a vaga no ministério após declarar apoio a Haddad.
Salvador também é considerada estratégica, e contará com reforço no segundo turno. Além de Lula e Dilma, os ministros vão intensificar as ações a favor de Nelson Pelegrino (PT), que enfrenta ACM Neto (DEM). No primeiro turno, Gilberto Carvalho, Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha, Paulo Bernardo (Comunicações) e Luiza Bairros (Igualdade Racial) gravaram participações no programa de Pelegrino e podem voltar a oferecer a imagem em benefício do petista.
O foco do casal Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo é Curitiba, onde apoiam Gustavo Fruet (PDT). Turbinado pelo reforço da Esplanada, Fruet conseguiu chegar ao segundo turno, com uma desvantagem de seis pontos percentuais (fechou com 27%) em relação ao primeiro colocado, Ratinho Júnior (PSC). Gleisi insiste para que a presidente Dilma Rousseff também suba no palanque na capital paranaense, mas a disputa não está entre suas prioridades.
Hoje, na sede do partido em Brasília, alguns ministros começam a gravar participação em programas de TV. Alexandre Padilha foi o mais solicitado pelos aspirantes às prefeituras no primeiro turno, tendo gravado mais de 80 vídeos, e segue nessa posição. Por ter sido secretário de Assuntos Federativos no governo Lula — cargo em que trabalhava diretamente com prefeitos — e a questão da saúde é problema na maioria das cidades, ele manteve a preferência em todas as regiões do país. Como pretende entrar na briga pelo governo de São Paulo em 2014, Padilha aproveita-se da situação. “Mercadante, por ser titular da Educação, também foi muito requisitado”, lembra um petista ligado ao comando do partido. “Miriam Belchior (Planejamento) foi solicitada por candidatos de Mato Grosso a São Paulo”, acrescenta.
Bandeira branca
Mesmo tendo se colocado à disposição para ir às seis capitais em que o PSB disputa o segundo turno, Fernando Bezerra (Integração Nacional) talvez fique de fora do palanque em Fortaleza e em Cuiabá, onde a briga é com o PT. As siglas devem evitar agressões mútuas depois de racharem a aliança em municípios importantes, como Recife e Belo Horizonte, com resultado favorável ao partido comandado por Eduardo Campos (PSB).
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), atuou no primeiro turno, mas não tem nada programado para esta semana, já que estará com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, nas cidades sedes da Copa. No entanto, ele acompanha de perto a disputa em São Luís, onde o correligionário e presidente da Embratur, Flávio Dino, apoia Edivaldo Holanda Júnior (PTC). De olho em 2014, Dino quer quebrar a hegemonia da família Sarney no Maranhão para tentar a cadeira de governador.
O PMDB ainda não definiu a estratégia de discursos e participações em programas eleitorais dos 16 candidatos que disputam o segundo turno. Por enquanto, apenas o vice-presidente Michel Temer deve gravar para todos e subir no palanque ao menos das capitais — Campo Grande, Florianópolis e Natal. A capital potiguar também deve contar com a presença de Edison Lobão (Minas e Energia) e Garibaldi Alves (Previdência Social), que já subiram no palanque de Hermano Moraes (PMDB) no primeiro turno. O partido também não deve atacar diretamente candidatos do PT. Em troca, terá Dilma e Lula na propaganda dos candidatos em cinco municípios, incluindo Florianópolis.
Esplanada itinerante

Confira por onde alguns ministros já passaram e as capitais em que pretendem intensificar o apoio aos candidatos que disputam o segundo turno

» São Paulo - Fernando Haddad (PT)
Marta Suplicy (Cultura)
Aloizio Mercadante (Educação)
Alexandre Padilha (Saúde)
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)

» Curitiba - Gustavo Fruet (PDT)
Gleisi Hoffmann (Casa Civil)
Paulo Bernardo (Comunicações)

» Natal - Hermano Moraes (PMDB)
Edison Lobão (Minas e Energia)
Garibaldi Alves (Previdência)

» São Luís - Edivaldo Holanda (PTC)
Aldo Rebelo (Esporte)

» Salvador - Nelson Pelegrino (PT)
Luiza Bairros (Igualdade Racial)
Aloizio Mercadante
Paulo Bernardo
Alexandre Padilha
Gilberto Carvalho
Fonte: Correio Braziliense 

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