sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cid Gomes sugere Eduardo Campos para ser vice de Dilma em 2014

Após almoço com a presidente, governador do Ceará defende parceria com o PSB

Luiza Damé

BRASÍLIA - Depois do PMDB, agora é a vez de a presidente Dilma Rousseff agradar ao PSB. Dilma jantou com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na noite passada. Nesta quinta-feira, a presidente almoçou com o governador do Ceará, Cid Gomes, no Palácio da Alvorada. Ele defendeu que o PSB apoie a reeleição de Dilma e afirmou que prefere a aliança com o PT e não com o PSDB. E disse, após o almoço, que se o PMDB ficar com as presidências da Câmara e do Senado “já está de bom tamanho”, e o cargo de vice na chapa de Dilma em 2014, deveria ir para o PSB, preferencialmente para Eduardo Campos.

- Foi muito bom (o jantar). Não tem diferenças (entre PT e PSB). Acho que a nossa relação sempre se manteve a mesma. Todos precisam de afago. Quem não precisa de afago em sendo humano? Todos nós precisamos - afirmou a presidente sobre o jantar com Eduardo Campos, na noite de quarta-feira. Ele voltou a afirmar hoje que não há diferenças entre o PT e o PSB.

No almoço com o governador do Ceará, a presidente disse que quer evitar qualquer problema de ruído entre o PT e o PSB. Ela combinou com o governador de fazer uma reunião com a direção do partido, os parlamentares, os governadores e prefeitos eleitos.

Não é a primeira vez que a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer é cobiçada por aliados. Uma semana após o 1º turno das eleições municipais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), já reeleito, defendeu que o governador Sérgio Cabral fosse o candidato a vice-presidente na chapa da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

Sobral vira modelo para o governo

Na manhã desta quinta-feira, o governador do Ceará participou, com a presidente, do lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A experiência do Ceará foi considerada modelo, e o governador recebeu elogios da presidente e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que fez questão de anunciar o discurso de Cid, substituindo o mestre da cerimônia. Quando prefeito de Sobral, Cid implantou com sucesso um programa de alfabetização na cidade, depois ampliado para o estado.

Depois da cerimônia, retribuiu os elogios:

- Eu defendo abertamente a reeleição da presidente Dilma e o apoio do meu partido à reeleição dela. Quero manter e preservar a aliança com o PT a nível nacional. No Ceará, o PT participa da administração e eu desejo a permanência dele no governo e mais do que isso a renovação da aliança para 2014.

Cid disse que o governador Eduardo Campos é muito preparado, tem percorrido o país e está estudando os problemas do país, mas defendeu que o PSB só lance candidato a presidente em 2018. Para o governador, os projetos pessoais, seja da presidente, de Eduardo Campos, dele mesmo ou de seu irmão Ciro Gomes, estão abaixo dos projetos nacionais.

- O PSB teve um papel fundamental na eleição da presidente Dilma, em estados liderados pelo PSB a presidente teve as maiores votações e participamos do governo dela de forma ativa e colaborativa. Acho que a gente pode esperar para 2018 para ter projeto nacional. A presidente está fazendo um governo de muitas ações importantes - afirmou o governador, citando a redução da taxa de juros no país.

Cid Gomes voltou a dizer que ficou magoado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi a Fortaleza fazer campanha para o petista Elmano Freitas, contra Roberto Cláudio (PSB) - que foi eleito. Cid disse que não se incomodou com a presença de Lula na cidade, mas com os ataques ao PSB. Mesmo assim, o governador afirmou que o aliado preferencial do PSB é o PT e não o PSDB.

- Eu quero manter a parceria com o PT, a nível estadual e nacional. Se eu for instado 20 vezes a escolher entre PT e PSDB, 20 vezes eu escolherei a parceria com o PT, embora o nosso projeto seja de o PSB um dia ter a Presidência da República - disse.

Fonte: O Globo

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