Partido lança pré-candidatura ao governo do estado em
meio a ataques ao STF
RIO - O
PT do Rio lançou ontem a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao
governo do estado, em 2014. Os petistas, no entanto, defederam a manutenção da
aliança com o PMDB nas próximas eleições. Os peemedebistas pretendem lançar o
vice-governador Luiz Fernando Pezão à sucessão do governador Sérgio Cabral. O
encontro, realizado na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), no
Centro, ocorreu em meio a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), que
condenou integrantes da cúpula do partido no caso do mensalão.
— O Supremo não é dono da verdade. O Supremo errou todas as vezes que se
deixou levar. Foi o STF que cassou o registro do Partido Comunista Brasileiro
com a alegação de que era uma célula do Partido Comunista Soviético. Foi o STF
que negou o habeas corpus e, com isso, Olga Prestes foi morta nos campos
nazistas na Alemanha - discursou sob aplausos o deputado federal Luiz Sérgio,
ex-ministro da Pesca no governo Dilma
Segundo Luiz Sérgio, o STF "se submeteu à pauta da elite" e
"errou feio". Para o deputado, as condenações de petistas como José
Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares atrapalharam o PT nas últimas eleições
municipais e tiveram o objetivo de "diminuir o raio de ação política do
ex-presidente Lula".
— Ao colocar o julgamento do chamado mensalão no mesmo momento das
eleições, o Supremo se transformou no grande programa eleitoral que a oposição
não tinha - declarou Luiz Sérgio.
Cerca de 200 petistas participaram da reunião que aprovou uma resolução
em apoio à pré-candidatura de Lindbergh. Marcaram presença os deputados
federais Edson Santos e Benedita da Silva, além de deputados estaduais e
candidatos do PT a prefeito e a vereador nas eleições municipais. Adilson
Pires, eleito vice-prefeito na chapa do prefeito Eduardo Paes (PMDB), não foi
ao encontro. Derrotado nas urnas da Capital para vereador, Marcelo Sereno,
ex-assessor direto de José Dirceu na Casa Civil do governo Lula, evitou falar
sobre o mensalão ao ser abordado por jornalistas:
— A minha opinião é a mesma do Luiz Sérgio.
No discurso, Lindbergh afirmou ter a esperança de ver o PMDB de Cabral e
Pezão ao seu lado no palanque em 2014. O senador, por sua vez, disse que já
costura apoio com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Lindbergh
tenta aproximação ainda ao PDT, PCdoB, PV e PRB.
— O resultado da eleição mostrou que não há mais a hegemonia do PMDB no
Rio. Temos o melhor nome para enfrentar a candidatura (do deputado federal
Anthony) Garotinho (PR). Se não tiver acordo com o PMDB, faremos igual a São
Paulo, onde eles lançaram o Gabriel Chalita à prefeitura e, o PT, o Fernando
Haddad. No segundo turno, os dois se aliaram - comparou Lindbergh.
Dos 92 municípios, o PMDB venceu em 25. Já PT elegeu 11 prefeitos. Os
peemedebistas, porém, perderam em cidades importantes como Duque de Caxias e
São Gonçalo. O PR de Garotinho assumirá oito prefeituras, o mesmo número do
PSB. Lindbergh diz estar mantendo conversas com Lula sobre a candidatura
própria.
— Ele (Lula) está acompanhando todos os movimentos no Rio. Mas não posso
falar os detalhes sobre as nossas conversas - despistou Lindbergh.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, estará no Rio, em 3 de
dezembro, para debater a pré-candidatura de Lindbergh. Segundo o senador, caso
não haja acordo com o PMDB até o segundo semestre de 2013, o PT entregará todos
os cargos no governo Cabral.
— Quero ser o candidato de todos. Mas, se não unificar essa aliança,
entregaremos os cargos - disse Lindbergh.
Benedita também saiu em defesa do nome de Lindbergh:
— O PMDB não é inimigo. Está na aliança nacional. Se o PMDB tiver juízo,
podemos trazê-lo para o nosso lado.
Fonte:
O Globo
Sérgio Cabral apoia quem ele acha ser o melhor e nesse caso é o Pezão.
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