domingo, 11 de novembro de 2012

Tucanos duelam entre renovação e experiência

Tese da mudança é principal fator que opõe grupos de SP e MG

SÃO PAULO - A tese da renovação, defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é o principal fator que opõe Minas Gerais a São Paulo na disputa pelo comando do PSDB. Em oposição aos mineiros, os paulistas têm pregado a necessidade de uma liderança com experiência administrativa e longa carreira partidária. O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman já foi ministro e é um dos fundadores do PSDB. Com a derrota em São Paulo, o nome de José Serra chegou a ser defendido para o posto pelo governador Geraldo Alckmin. Em conversas com aliados, o candidato derrotado do PSDB disse, contudo, que não tem interesse no posto. Para lideranças paulistas, o cargo poderia engessar o cacique tucano, inviabilizando uma eventual participação na disputa de 2014.

- A questão da renovação deve ser vista com cautela. Ela não deve se resumir à idade, mas a novas ideias e propostas. O nome do Alberto Goldman é excelente para o posto. Ele está preparado para qualquer cargo - ressaltou o presidente do PSDB em São Paulo, Pedro Tobias.

Candidatura neutra

Além dos dois candidatos ao posto, há quem defenda no partido um nome neutro que, fora do circuito São Paulo-Minas Gerais, poderia se tornar uma alternativa de consenso. Nessa linha, o principal cotado é o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, que, assim como o atual presidente, Sérgio Guerra, poderia atuar como uma figura de equilíbrio diante das discordâncias entre paulistas e mineiros.

- Há no PSDB um anseio por uma fala nova. A renovação não está vinculada à faixa etária, mas à necessidade de falar com a sociedade. O nome ideal é aquele que venha a juntar o partido no todo, que gira a mudança - disse o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PE).

Para o primeiro trimestre de 2013, lideranças do PSDB organizam um congresso partidário para moldar o discurso da sigla para a disputa presidencial. O presidente do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, autor da iniciativa, avalia que a sigla só conquistará o Palácio do Planalto com um discurso que atenda aos novos anseios da sociedade.

- O país está com um crescimento baixo e com uma desindustrialização. É necessário repensar o modelo do país, e é essa a resposta que o PSDB tem de construir. Ele precisa de ideias que empolguem. Isso faz parte do processo de construção da candidatura à Presidência - disse Pestana.

Fonte: O Globo

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