domingo, 9 de dezembro de 2012

PT desiste de votar protesto contra STF

PT descarta ir às ruas contra o Supremo

Proposta de membro do Diretório Nacional, de não reconhecer o resultado do mensalão e realizar uma campanha contra o STF, é descartada. Decisão frustra José Dirceu

BRASÍLIA - O Diretório Nacional do PT recusou proposta de um de seus membros para não reconhecer o resultado do julgamento do mensalão e empreender uma campanha de rua contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A recusa frustrou José Dirceu, ex-ministro condenado pelo STF, e deixou tenso o clima na reunião do diretório petista, em Brasília.A proposta foi feita por um dirigente de Santa Catarina, Serge Goulart, após conversar reservadamente com Dirceu. Segundo interlocutores, foi necessário o presidente da sigla, Rui Falcão, convencer os demais a sequer votar a requisição do colega. Motivo: se a proposta fosse aprovada, a sigla assumiria para si um ataque institucional contra STF, se rejeitada, pareceria um veto a Dirceu e aos demais condenados no julgamento do mensalão.

Três dirigentes petistas relataram a frase de Falcão quando Goulart se recusou, pela primeira vez, a retirar a proposta: "Manifestamos sempre nossa solidariedade, mas não podemos associar o partido a uma campanha contra o Supremo. Nossa campanha em 2013 tem de ser pela reforma política".

Diante da falta de apoio para iniciar a votação, o próprio Dirceu convenceu o colega a desistir da pauta. Goulart retirou a proposta e o ex-ministro deixou a reunião antes de fim. Disse a colegas que precisava buscar a filha de dois anos na escola.

Há uma decisão interna, apoiada por Lula e pela presidente Dilma Rousseff, de não transformar a batalha dos condenados no julgamento do mensalão em uma guerra do partido. O que a legenda se dispõe a fazer é desconstruir o que chama de a narrativa do mensalão, alicerçada na acusação de compra de votos parlamentares, junto a formadores de opinião.

Ajuda

Rui Falcão também afirmou que integrantes do partido devem se organizar para auxiliar os filiados condenados no processo do mensalão a pagar as multas aplicadas pelo STF. Falcão disse que ele contribuirá com recursos próprios por considerar os valores "desproporcionais".

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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