terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Campos diz que não é hora de eleições

Após reunião com Dilma, governador de Pernambuco garante que PSB segue ao lado da presidente até 2014

Luiza Damé

BRASÍLIA Pela segunda vez este ano, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff, ontem, no Palácio do Planalto, por quase duas horas. Depois da longa conversa, Campos deixou o Planalto repetindo o discurso de apoio ao governo federal. Campos, que é apontado como eventual candidato à Presidência já em 2014, disse que antecipar o debate eleitoral não interessa ao desenvolvimento do país, mas deixou claro que o PSB manterá o projeto de crescimento.

O governador disse que boa parte da conversa com Dilma foi sobre assuntos administrativos e parcerias dos governos federal e estadual, especialmente no que diz respeito ao enfrentamento da seca que atinge o Nordeste. Segundo ele, os dois não trataram da ampliação do espaço do PSB na Esplanada dos Ministérios. O partido comanda a Integração Nacional (Fernando Bezerra) e Portos (Leônidas Cristino).

- Eu vejo o que vocês veem. O PSB está crescendo. Cresceu em 2006, 2010 e 2012. E esse crescimento do PSB não será barrado - disse o governador.

Para Campos, em um momento em que o mundo enfrenta uma crise econômica, tanto os partidos aliados como os de oposição têm de ser responsáveis para ajudar o país a crescer, gerar empregos e renda.

- Não se deve eleitoralizar o debate político brasileiro neste instante. O mundo passa por uma severa crise, e tudo o que o Brasil não precisa é a gente montar palanque em janeiro de 2013 - afirmou.

O governador lembrou que o PSB ajudou na reconstrução da democracia brasileira e na preservação da estabilidade econômica. Disse ainda que não há debate no PSB sobre o eventual rompimento com o governo Dilma. Segundo ele, o PSB "vai estar ao lado da presidente Dilma para fazer com que ela faça um grande ano de 2013 e um grande ano de 2014".

- Não existe nenhuma decisão sobre isso (deixar o governo). Pelo contrário, somos um aliado correto, aquele que diz de forma franca o que está achando, faz as observações de forma correta. Aquele que, numa hora como esta, em vez de discutir o eleitoral, está discutindo o que interessa ao país - argumentou.

Apesar do discurso de lealdade ao Planalto, o governador não negou que tenha pretensão de disputar a sucessão de Dilma no próximo ano e desconversou quando perguntado sobre o assunto:

- O PSB vem crescendo ao longo das últimas eleições de forma consistente, com qualidade, porque tem feito política baseada na pauta da sociedade, e não na futrica, pensando só na eleição. A eleição de 14 será em 14. Para chegarmos a 14, temos de passar por 13. Temos de fazer um ano melhor e em 14 tomar a decisão melhor.

Fonte: O Globo

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