quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Contra Renan, oposição quer pulverizar a disputa

Além de Randolfe Rodrigues (PSol), Pedro Taques (PDT) deve entrar na briga pela presidência do Senado. Ideia é forçar segundo turno contra o peemedebista

João Valadares

Diante da expectativa de larga vitória do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na disputa pela presidência do Senado — a votação ocorre no início de fevereiro —, a oposição armou uma estratégia para pulverizar a eleição e tentar forçar um segundo turno ao lançar mais de um candidato. Além do senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), Pedro Taques (PDT-MT), que pertence ao mesmo grupo político, também deve concorrer. Ele já recebeu o apoio dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Em campanha por vários estados, Randolfe explicou como vai funcionar a tática: “O Pedro é companheiro de causas e de ideias. Quanto mais candidaturas, melhor. Aumenta a possibilidade de chegarmos ao segundo turno. Tem gente que não vota em mim, mas pode muito bem votar no Taques, por exemplo”, afirmou.

O senador fez campanha ontem em São Paulo. Além de encontros políticos, visitou algumas redações de jornais. Hoje, estará no Rio de Janeiro e, depois, vai ao Recife para um encontro com Jarbas Vasconcelos. “Permaneço como candidato e estou em plena campanha. Eu e Pedro Taques estamos no mesmo barco. É bom para o Senado. Não há de se falar em consenso. O melhor que poderia acontecer seria a eleição não ser resolvida no primeiro turno. Se o Renan não alcançar a metade dos votos mais um, vamos ao segundo turno. Tenho um diálogo fraterno com o Taques”, explicou.

Na tarde de ontem, Pedro Taques endossou a estratégia do colega socialista. “O que repito é que o Senado Federal precisa ter mais de um candidato para disputar a presidência da Casa. Estou estudando o Regimento Interno do Senado. Coloquei meu nome à disposição e continuo firme nesse propósito. Eu ainda vou conversar pessoalmente com o senador Randolfe Rodrigues, a quem eu admiro bastante e é o meu irmão de causa”, salientou.

Críticas

Randolfe Rodrigues aproveitou a campanha para criticar a postura do Senado diante do impasse em relação ao Fundo de Participação dos Estados (FPE). Na tarde de ontem, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, enviou pedido de informação ao Senado para saber o motivo pelo qual a Casa descumpriu a determinação de criar uma nova lei para a partilha (leia mais sobre o FPE na página 6). “A opção do Congresso Nacional de se omitir completamente em relação ao FPE é o maior exemplo de que as coisas não vão bem e precisam mudar. Como é que o Supremo Tribunal Federal determina um prazo de dois anos e a gente não tem competência ou capacidade para cumprir a ordem da Justiça? O Congresso, agora, vai ter que encontrar um jeitinho para que metade da Federação não fique na penúria”, ressaltou.

O parlamentar avaliou o cenário como catastrófico se os recursos do FPE não forem repassados aos estados. “Se o FPE for suspenso, mais da metade da Federação brasileira virá a Brasília entregar a chave dos estados à presidente Dilma Rousseff, porque não haverá nenhuma condição de governabilidade. No Amapá, por exemplo, 72% da receita é proveniente do FPE. Milhões de crianças ficariam sem escola e outros milhões morreriam sem hospital. O Senado não votou para manter as regras da lei que já foi declarada inconstitucional”, finalizou.

“O melhor que poderia acontecer seria a eleição não ser resolvida no primeiro turno. Se o Renan não alcançar a metade dos votos mais um, vamos ao segundo turno. Tenho um diálogo fraterno com o Taques” - Randolfe Rodrigues, senador do PSol-AP

“O que repito é que o Senado Federal precisa ter mais de um candidato para disputar a presidência da Casa. Estou estudando o Regimento Interno do Senado. Coloquei meu nome à disposição e continuo firme nesse propósito” - Pedro Taques, senador do PDT-MT

Fonte: Correio Braziliense

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