quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dilma pede a São Paulo e Rio que adiem alta de ônibus

Mantega procurou prefeitos para segurar reajuste de tarifas

Preocupada com o impacto que as tarifas de transporte urbano têm sobre a inflação no início do ano, a presidente Dilma Rousseff decidiu pedir ajuda aos prefeitos do Rio e de São Paulo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já conversou com Eduardo Paes (RJ-PMDB) e Fernando Haddad (PT-SP) e fez um apelo para que eles segurem os aumentos dos preços desse serviço.

Segundo técnicos do governo, o reajuste das passagens de ônibus, combinado com um aumento previsto da gasolina, e as tradicionais altas nas mensalidades escolares podem pressionar demais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial. O receio é que chegue a um patamar próximo de 1% este mês.

O próprio mercado já aposta que a inflação vai fechar o ano acima do centro da meta, de 4,5%. De acordo com o boletim semanal Focus, do Banco Central, que mostra as previsões do mercado, o indicador deve fechar este ano em 5,5%. Em 2012, o IPCA acumulou alta de 5,84%.

Haddad reconheceu ontem que a decisão de deixar a elevação da tarifa de ônibus para junho foi tomada após conversa com o governo federal. Segundo ele, o ministro Mantega avaliou que a quantidade de despesas que se acumulam nos primeiros meses do ano influencia as projeções de inflação.

- Nós não faremos agora o aumento da tarifa, devemos fazer mais para o meio do ano, possivelmente em junho. O ministro Guido Mantega fez chegar ao meu conhecimento que todos os reajustes acontecem no primeiro bimestre do ano. É muita coisa para administrar no começo do ano, isso afeta as expectativas do mercado sobre a inflação. E se nós conseguirmos diluir ao longo do ano os aumentos que são contratuais, isso vai facilitar o combate à inflação - afirmou o prefeito paulistano.

Haddad garantiu que o percentual de aumento da tarifa de ônibus será inferior à inflação acumulada. Projeções da LCA Consultores indicam que as passagens em São Paulo devem ser reajustadas em cerca de 11%.

A prefeitura do Rio também confirmou que não aplicará o reajuste anunciado de 5,4% no preço das passagens de ônibus este mês. A decisão, assim como em São Paulo, responde a um pedido feito pelo ministro Mantega para evitar maiores pressões sobre a inflação. O governo municipal, no entanto, informou que não estipulou ainda uma data para a efetivação da correção do valor da passagem de ônibus.

Fonte: o Globo

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