sábado, 26 de janeiro de 2013

Freire: PPS completa 21 anos com visão diferenciada da esquerda tradicional

Freire: Nascemos com a perspectiva de construir uma nova formação política

Por: Valéria de Oliveira

O Partido Popular Socialista completa neste sábado (26/01) 21 anos de fundação. Em mais de duas décadas, a legenda se consolidou no cenário político brasileiro, sendo hoje referência na oposição ao governo federal e entre as agremiações de esquerda. Para o presidente nacional do partido, deputado federal Roberto Freire (SP), “o PPS é produto de uma visão diferenciada que a esquerda tem no Brasil sobre como fazer política”.

Herdeiro do Partido Comunista Brasileiro, o PPS nasceu em 26 de janeiro de 1992 no Teatro Záccaro, em São Paulo, em um congresso que reuniu não apenas dirigentes e militantes do PCB, mas também pessoas de outras agremiações partidárias.


Nova formação

“Nascemos com a perspectiva de construir uma nova formação política dentro da nova realidade do mundo”, afirma Freire, referindo-se ao fim da experiência do socialismo real. Ele lembra que a visão dominante dentro do PCB, antes mesmo da mudança, já era a do pensador e militante comunista italiano Antonio Gramsci, de que a questão democrática é essencial – não apenas um meio, mas um fim.

O partido, conta o presidente, deixou de ter as preocupações de ser hegemônico ou exclusivista, como ocorria a outras legendas da esquerda. “Um projeto para mudar o Brasil, para fazer reformas estruturais necessárias, e que até hoje não se materializaram, precisa da incorporação de forças políticas amplas e da sociedade”, salienta.

Antenado

O PPS, segundo Freire, nasceu antenado com a realidade. “A partir da realidade, tal como ela é e não como gostaríamos que ela fosse, é que podemos avançar e propor novos rumos para o país”. O partido, destaca ele, passou a estudar e acompanhar a realidade, de forma a propor modificá-la, “sempre para melhor”.

O maior obstáculo que a legenda tem enfrentado para fazer isso, diz o presidente do PPS, é o ambiente em que se faz política no Brasil. “Está sempre contaminado por interesses individuais ou grupais, nunca pelos interesses maiores da sociedade”.

Freire lembra que, para se tornar PPS, o PCB deixou suas tradicionais marcas, símbolo e nome “que não condiziam mais com a nova realidade”. Houve reação, lembra, de cerca de 20% dos pecebistas.

Democrático

O nome foi fruto de acordo. Freire defendia, com outros companheiros, o Partido da Esquerda Democrática. O adotado, Partido Popular Socialista, foi proposta de pessoas que vieram de outros partidos.

“O PPS nasceu, assim, como um partido plural, aberto à participação daqueles que acreditam que é possível a todos os seres humanos viverem iguais e livres”, salienta Freire. Ele ressalta ainda o fato de a legenda se inspirar na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores no Brasil e em todo o mundo.

“É um partido que não usa o povo, mas deseja tornar-se um instrumento para que cada cidadão seja sujeito de sua própria história. Um partido sem fórmulas prontas e acabadas, e que se propõe discutir e formular um projeto para a nação brasileira, com a colaboração de todas as forças do campo democrático”, afirma. Segundo Freire, este “continua sendo o desafio lançado a todos os militantes e o convite a todos os que queiram ao partido se integrar”.

Fonte: Portal do PPS

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