domingo, 6 de janeiro de 2013

Oposição quer que PF apure relação de Rose e BB

Ex-chefe de gabinete de Lula teria tido 39 reuniões com integrantes da cúpula do banco entre 2007 e 2010

Fernanda Krakovics, Silvia Amorim

brasília e são paulo Partidos de oposição no Congresso Nacional, como o PPS e o DEM, defenderam ontem que a Polícia Federal apure a natureza dos contatos frequentes entre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha e integrantes da cúpula do Banco do Brasil (BB) e da Previ, além de empresários. A relação de contatos foi divulgada neste fim de semana pela revista "Veja", que atribui a Rosemary a intermediação de pleitos do Banco do Brasil junto ao ex-presidente Lula. Entre 2007 e 2010, Rose, como era conhecida, teria tido 39 reuniões com ocupantes de postos importantes do BB, 25 delas com vice-presidentes.

Segundo a revista, as reuniões constam da agenda de Rose, apreendida durante a Operação Porto Seguro, da PF. Rose foi indiciada pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva.

O PPS ainda vai apresentar requerimento de informações ao Ministério da Fazenda, pedindo que o Banco do Brasil explique o porquê de tantos encontros com a chefe de gabinete.

- Vamos dar entrada via Comissão Representativa do Congresso. Queremos saber o porquê de tantas reuniões, queremos que o BB explique isso. Além disso, estamos estudando a possibilidade de entrar no Ministério Público em São Paulo e vendo que medidas cabem em relação ao ex-presidente Lula. Ela falava em nome dele - disse Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara.

O ex-vice-presidente do BB Ricardo Oliveira disse à "Veja" e confirmou ao GLOBO que Rose intermediava pleitos institucionais do banco junto ao ex-presidente Lula, inclusive a aprovação da compra da Nossa Caixa, um negócio de R$ 5,3 bilhões.

- Até então, os assuntos estavam entre coisas que se podia supor de baixo alcance, entre Rosemary e Paulo Vieira. Mas agora os alvos são interesses no Banco do Brasil, em fundos de pensão e até empresários, interesses maiores - disse o presidente do DEM, senador Agripino Maia.

A assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o conteúdo da reportagem não atinge o ex-presidente Lula. O advogado de Rose, Celso Vilardi, disse que as reuniões faziam parte da rotina de trabalho dela.

- São compromissos que dizem respeito ao dia a dia de trabalho dela. O restante trata-se de ilações da revista "Veja" que não condizem com a realidade - afirmou.

Fonte: O Globo

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