quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lula lança candidatura de Dilma e provoca PSDB

Líder petista diz que está pronto para discutir corrupção com tucanos; presidente afirma que "jamais abandonou os pobres"

Sérgio Roxo, Silvia Amorim

SÃO PAULO - Ao lançar ontem a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante o ato de comemoração dos dez anos do PT no poder, em São Paulo, que quer discutir corrupção com o PSDB. Após uma série de ataques aos tucanos, Lula encerrou o seu discurso com um pedido aos militantes presentes, incluindo condenados à prisão no julgamento do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha:

- Nós vamos dar como resposta a eles (referindo-se aos tucanos) a reeleição da Dilma em 2014. É essa a consagração da política do Partido dos Trabalhadores.

Sobre os escândalos que surgiram em seu período como presidente, Lula disse não há governo que tenha combatido mais a corrupção do que o do PT:

- Duvido que tenha um governo que tenha implantado mais transparência no combate à corrupção. A nossa diferença nestes dez anos é que há dois tipos de sujeiras: uma aparece, a outra se esconde. Queremos fazer esse debate com eles, com a opinião pública, com a imprensa, no nível que queremos, porque fizemos mais e melhor.

Ao lado de Lula, a quem chamou de o "grande líder da década", Dilma disse que a oposição emite "ecos dissonantes". Além de exaltar seu antecessor, Dilma disse que o governo não está "abandonando os pilares da economia".

- A característica marcante e diferenciada desta década é que ela tem e teve um líder. E esse líder se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Nós todos aqui presentes somos construtores, mas tivemos um líder. O povo sabe que o nosso governo jamais abandonou os pobres. E é por isso que a miséria está nos abandonando. Essa é a década da esperança, do otimismo, da reconstrução nacional, da autoestima e do despertar da força do nosso povo (...) Aqueles que apostam no contrário irão amargar sérios prejuízos econômicos e políticos. Erram aqueles que acham que estamos abandonando os pilares da nossa economia - disse Dilma

A presidente, que enfatizou os programas sociais dos governos petistas e a meta de erradicação da miséria, não perdeu a oportunidade de criticar a oposição.

- Ao lado do som alegre e comemorativo de milhões de pessoas, escutamos alguns ecos dissonantes, com timbres do atraso. Saúdo isso como uma grande sinfonia democrática - afirmou Dilma.

Já Lula criticou o discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ontem, no Senado, listou o que chama de principais erros do PT.

- Peguei um discurso que um dos nossos possíveis adversários em 2014 fez hoje, tentando mostrar os 13 erros do PT. É uma coisa muito interessante porque vai permitir que os nossos senadores sintam prazer em debater com ele.

Lula disse que a oposição está "fragilizada".

- Eles estão inquietos, porque percebem que estão sem valores, sem discurso e sem propostas, porque qualquer coisa que pensarem em fazer, nós fizemos mais e melhor.

Para Lula, "na falta de oposição", esse papel vem sendo exercido pela imprensa.

Esse tema foi abordado pelo presidente do PT, Rui Falcão. A regulamentação dos meios de comunicação no país foi abordada por Falcão:

-É inadiável o alargamento da liberdade de expressão no país. O alargamento da democracia nos meios de comunicação, tal como está previsto nos artigos da Constituição - disse.

O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, rebateu as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à cartilha elaborada pelo PT para o evento de ontem. FH disse que as comparações feitas na cartilha são "coisa de criança".

- Ela foi feita por gente adulta, estudiosa, gente que está transformando o Brasil e que identifica o povo como protagonista dessas mudanças. As crianças fazem parte também, mas não são as crianças (que fizeram) - disse.

Lula também comentou a declaração de FH:

- Vi o nosso querido ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nervoso. (Dizendo) isso é coisa de criança, o PT não cresceu, quer comparar.(...), nós não temos medo de comparação.

Fonte: O Globo

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