quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

PSB: um avança, outro segura


Débora Duque

Enquanto interlocutores do PSB não medem esforços para projetar o nome de Eduardo Campos como candidato a presidente, em 2014, soltando ameaças constantes de ruptura com o governo federal, o governador mantém, publicamente, a estratégia inversa. O socialista tem procurado desmentir falas ousadas dos correligionários a respeito de seu possível voo nacional. Ontem, por exemplo, ele negou declaração feita, na semana passada, pelo líder do PSB na Câmara Federal, Beto Albuquerque (RS), avisando que a permanência do partido na base da presidente Dilma Rousseff (PT) tem "prazo de validade".Questionado, Eduardo tentou tratar o comentário do aliado como um fato isolado, desvinculado da posição oficial do partido. Disse "respeitar" a opinião do parlamentar com quem, na condição de presidente nacional do PSB, tem relações políticas estreitas. O governador, inclusive, já agendou uma ida a Porto Alegre para prestigiar o aniversário do parlamentar, que aproveitará para organizar um encontro de Eduardo com o empresariado gaúcho.

"Eu respeito aqueles que querem fazer o debate sucessório, agora, não vou fazer isso. No meu partido e em outros tem várias pessoas que não concordam com essa minha forma, é democrático. A avaliação de Beto pode ser diferente da que eu faço", assinalou. Mais uma vez, Eduardo voltou ao discurso de que a discussão sobre a eleição presidencial não "ajuda" o País e procurou demonstrar a "fidelidade" do PSB ao governo federal.

Eduardo fez questão de lembrar que, em 2010, o PSB abriu mão de lançar uma candidatura própria - a de Ciro Gomes - para apoiar Dilma. "Ajudamos a construção desse projeto desde o início, renunciando ao direito que tínhamos de ter candidato para tentar eleger a presidente já no primeiro turno", recordou, dizendo que o partido foi solidário aos apelos feitos, na época, pelo ex-presidente Lula. O governador também reforçou os dados que mostram que o PSB foi um dos partidos mais "fiéis" ao governo no Congresso. Apesar do discurso diplomático, Eduardo não deixou de abordar temas espinhoso para Dilma, como a crise econômica e o pacto federativo. "Será o ano mais desafiador de sua gestão", sacramentou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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