segunda-feira, 25 de março de 2013

Em SP, Aécio busca apoio de deputados do PSDB para 2014

Deputados tucanos de SP resistem em apoiar Aécio

Só 8 de 35 parlamentares paulistas cravam apoio à candidatura do mineiro

Senador encontrará militância do PSDB no Estado para diminuir resistência de bancada ligada a Serra e Alckmin

Luiza Bandeira

SÃO PAULO - O senador Aécio Neves (MG) enfrenta resistência dos deputados federais e estaduais paulistas do PSDB no momento em que terá seu primeiro encontro com a militância tucana de São Paulo na condição de principal nome do partido para a disputa à Presidência em 2014.

Enquete realizada pela Folha nos últimos dias mostra que, dos 35 deputados tucanos, só oito cravam apoio à candidatura do mineiro nas eleições do ano que vem.

Doze dos parlamentares do PSDB no Estado dizem que Aécio é um bom nome, mas não fecham questão sobre a candidatura. Outros 15 não dizem quem apoiam.

Hoje, o mineiro realizará uma palestra no congresso do PSDB paulista, ato que faz parte de sua agenda para tentar vencer resistências entre tucanos de São Paulo.

Ele está desde sexta-feira no Estado. Conversou com parlamentares da sigla e reuniu-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seu principal cabo eleitoral no Estado, encarregado de aparar arestas locais.

A conquista do apoio dos deputados é importante para que eles mobilizem as máquinas partidárias em seus redutos eleitorais a favor do presidenciável durante a campanha do ano que vem.

A bancada paulista, no entanto, sofre influência da indefinição dos principais líderes do partido no Estado.

O ex-governador José Serra ainda não anunciou apoio ao correligionário mineiro, que é seu desafeto antigo.

Na última semana, Serra chegou a declarar que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), seria "boa para o Brasil e boa para a política".

O senador também enfrentou resistência do governador Geraldo Alckmin, que disse que Aécio não precisaria presidir a sigla, como ele postula, para ser presidenciável.

Os dois, no entanto, devem chegar juntos ao evento de hoje, o que foi visto por aliados do mineiro como um sinal de trégua de Alckmin.

Consenso

Um dos motivos mais citados entre os deputados que estão "em cima do muro" é a necessidade de construir consenso no partido antes de definir a candidatura.

"Aécio é um bom nome e está no caminho certo, demonstrando muita disposição para ser candidato. Mas poderíamos pensar antes em construir essa unidade", diz Samuel Moreira, presidente da Assembleia Legislativa.

Outra corrente apoia Aécio com o pé no freio, uma vez que que não há outros postulantes à Presidência. "Ele é o primeiro pleiteando. Vamos seguir nesse caminho enquanto não tiver outro", diz Carlos Roberto, deputado federal.

O grupo pró-Aécio se concentra na Assembleia de SP. Puxados pelo presidente estadual da sigla, Pedro Tobias, seis deputados defendem que o partido lance logo a pré-candidatura do senador.

"O PSDB está demorando até demais para lançar o Aécio", afirma João Caramez.

Entre os federais, Aécio tem a preferência do líder da bancada: "Ele é o candidato natural", diz Carlos Sampaio.

Os deputados se dividem sobre a presidência do PSDB: alguns apoiam Aécio ao cargo para que ele ganhe força; outros pensam como Alckmin e dizem que ele não precisa acumular as funções.

Há ainda o grupo que defende a negociação de cargos na direção do partido como forma de obter unidade. "Seria bom compor: a presidência do partido com São Paulo, e a da República com Aécio", afirma Fernando Capez.

Fonte: Folha de S. Paulo

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