domingo, 10 de março de 2013

Portos e energia, fragilidades de Campos e Aécio

Governador pernambucano é contra mudança no setor portuário; tucano criticou redução de tarifas do setor elétrico

Fernanda Krakovics

BRASÍLIA - Candidatos virtuais à Presidência da República no ano que vem, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já deixaram flancos a serem explorados pelos adversários na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. No caso do socialista, a posição contrária a Medida Provisória (MP) dos Portos, cujo objetivo é modernizar o setor portuário e reduzir custos; e, no caso do tucano, a MP da redução da tarifa de energia elétrica.

Insatisfeito com a perda de autonomia para gerir o porto de Suape, Campos volta sua artilharia para a MP, ao mesmo tempo que não quer desagradar ao empresariado. Interessados em reduzir os gargalos de infraestrutura do país, os empresários apoiam a Medida Provisória.

Presidente da comissão mista do Congresso que analisa a MP dos Portos, o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), vê interesse eleitoral na postura adotada por Campos, ao contestar a política da presidente Dilma.

- Acho inacreditável quem tem preocupação com a superação dos gargalos na infraestrutura brasileira ficar contra a MP. Não podemos vincular esse debate a 2014 - disse Guimarães. - O que tem em Suape é investimento do governo federal. Lula e Eduardo Campos eram unha e carne. Não é possível que quem teve tudo do PT se comporte agora desse jeito.

Lula trabalha para que Campos desista das pretensões eleitorais ano que vem, acenando com o apoio do PT à candidatura presidencial dele em 2018. O socialista, no entanto, não acredita que os petistas honrariam esse eventual compromisso de Lula. De qualquer forma, a ordem agora no PT e no governo é não brigar com o pernambucano.

Governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que já criticou Campos por não se assumir desde já como candidato e por ter comportamento dúbio, agora põe panos quentes:

- É preciso desdramatizar o debate. Campos tem direito de divergir da ação do governo em relação aos portos. Não é questão que justifique crise federativa nem é a questão eleitoral.

Fonte: O Globo

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