sexta-feira, 26 de abril de 2013

Após PT, Pezão pode ficar sem PDT em 2014

Candidatura de Miro rompe aliança; Lupi e Brizola Neto apóiam

Cássio Bruno

Após o PT manter a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio em 2014, o PMDB fluminense corre o risco de sofrer outra baixa na aliança de 15 partidos que reelegeu o governador Sérgio Cabral em 2010. O PDT já ensaia candidatura própria nas eleições do ano que vem e, com isso, pode não pedir votos para o vice-governador Luiz Fernando Pezão, que concorrerá à sucessão estadual. O deputado federal Miro Teixeira está decidido a disputar o cargo pelo partido do ex-governador Leonel Brizola.

A intenção de Miro em participar do pleito começará a ser discutida dentro do PDT. Atualmente, o partido está dividido nacional e regionalmente pelos grupos do presidente da legenda, Carlos Lupi, e do ex-ministro do Trabalho Brizola Neto. O nome do deputado, porém, tem a simpatia de Lupi e de Brizola Neto, os dois favoráveis à candidatura própria.

- Acho legítimo o Miro querer ser candidato. Ele tem um histórico de serviços prestados. Mas vamos ver qual será a vontade do PDT. Sou a favor (do partido lançar candidato). É hora de debater e pôr as peças no tabuleiro. O prefeito de São João de Meriti, Santo Mattos, também quer disputar a eleição para governador - disse Lupi.

Brizola Neto, ministro da presidente Dilma Rousseff entre maio de 2012 a março deste ano, afirmou "ver com bons olhos" a possibilidade de Miro concorrer:

- Vejo com bons olhos. Miro é um nome testado e aprovado. É inquestionável. Ele honra o PDT na Câmara.

No governo Cabral, o PDT ocupa dois cargos de primeiro escalão: com Cidinha Campos, secretária estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, e com Felipe Peixoto, titular da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca. Na administração do prefeito Eduardo Paes, também do PMDB, o PDT comanda a Secretaria municipal de Trabalho e Renda, com Augusto Ribeiro.

- É importante o PDT ter candidato próprio. Só que o Miro Teixeira, primeiro, deveria participar das reuniões do partido para discutir isso com a militância. Sou favorável a aliança com o PMDB - disse o deputado estadual Luiz Martins, líder da bancada pedetista na Assembleia Legislativa.

Com a criação do PSD, o PDT perdeu três deputados: Wagner Montes, Myrian Rios e Marcos Soares. Os pedetistas contam com oito parlamentares; sete votam a favor de projetos de Cabral, exceto Paulo Ramos. Na Câmara, o PDT possui dois vereadores, um é Leonel Brizola Neto. Ele apoia a pré-candidatura de Miro e defende que o partido entregue os cargos a Cabral e Paes.

- O Miro sempre ficou ao lado do meu avô nos momentos mais difíceis. Tem experiência, conhece o Rio e está comprometido com o projeto do Brizola que trata da Educação em tempo integral - disse.

Procurado pelo GLOBO, o presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, não retornou as ligações. Pezão evitou comentar a possível candidatura do PDT.

Fonte: O Globo

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