quarta-feira, 10 de abril de 2013

Eduardo com dia típico de candidato

Em visita a Porto Alegre, governador vai a mercado público, participa de fórum na PUC, recebe medalha na Assembleia e solta mais críticas ao governo em evento com empresários

PORTO ALEGRE - Depois de criticar a política de desonerações, falta de infraestrutura e alertar para o risco de desemprego, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defendeu regras claras para "alavancar" os investimentos da iniciativa privada no Brasil, ontem, em Porto Alegre. Em diferentes situações, no mesmo dia, sustentou que o País sabe que não pode apostar só no consumo, mas também deve criar condições adequadas aos grandes projetos privados. "O que faz uma organização decidir pelo investimento é a oportunidade do negócio, a percepção sobre o futuro, regras claras e um modelo que financie", enumerou."Quanto mais investimentos no Brasil, sobretudo no ambiente privado, melhor", completou, ao deixar o Fórum da Liberdade, no centro de eventos da Pontifícia Universidade Católica (PUC). No setor público, também apontou necessidade de reformas. "O gasto de um investimento está submetido a uma burocracia incrível", criticou.

Em agenda semelhante à de um candidato em campanha, Campos passou o dia na capital gaúcha, onde visitou o governador do Estado, Tarso Genro (PT), e o prefeito José Fortunati (PDT), foi ao Mercado Público, recebeu a medalha do Mérito Farroupilha na Assembleia Legislativa e apresentou suas análises da economia do País a empresários na Federasul e a jovens liberais no Fórum da Liberdade.

Campos não falou em candidatura, mas tratou de marcar diferenças com o governo federal, sempre com palavras elogiosas ao que foi feito nos últimos governos, sobretudo de Lula (2003 a 2010), mas com indicativos do que entende que deve ser feito mais, sobretudo na área econômica. "É preciso que a gente tenha a capacidade de ver que não há tudo pronto, que não está tudo acontecendo como nós imaginávamos", avaliou.

ABIN

Campos criticou a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no episódio de monitoramento de sindicalistas pernambucanos contrários à medida provisória 595, conhecida como MP dos Portos. Documentos revelados ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo confirmam que a agência espionou a movimentação de líderes sindicais do porto de Suape. A ordem teria partido do Palácio do Planalto.

"Todos sabemos da importância da Abin, mas não queremos vê-la se desvirtuando suas funções e invadindo um campo que não é próprio da democracia. Se, de fato, invadiu o direito sindical, é preocupante. Não quero crer que vá até aí. Seria uma grande decepção esse tipo de transgressão de um governo que nós apoiamos", afirmou.

Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) querem convocar o general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional para explicar a denúncia no Congresso.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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