sábado, 13 de abril de 2013

Serra não declara apoio, mas quer união

Em evento do PPS, ex-governador afirma que oposição deve se unir e diz considerar Aécio um "bom nome" para a disputa eleitoral. Logo depois, entretanto, nega ter feito o comentário

Juliana Braga

No dia seguinte à participação do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) em encontro do PPS no Congresso, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) rompeu o isolamento para prestigiar o evento, em que pregou a união das forças de oposição. No entanto, Serra deu declarações dúbias quanto o apoio ao correligionário mineiro na corrida eleitoral de 2014.

Após quarenta minutos de discurso no seminário “A esquerda democrática pensa o Brasil”, José Serra foi indagado se apoiará o nome de Aécio Neves para a presidência do partido, em maio. “Claro que apoiarei”, respondeu. Em seguida, ao ser interpelado se o senador mineiro representa um bom concorrente à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo foi menos enfático: “É um bom nome”, limitou-se a responder. Já na saída do Congresso, enquanto aguardava o carro, foi perguntado novamente sobre o assunto, mas se recusou a comentar o assunto e negou que a pergunta anterior tivesse sido feita.

Serra se limitou a dizer que, na política, era necessário ser racional e deixar as “paixões no passado”, mas, novamente, se esquivou de responder se a afirmação poderia ser interpretada como um apoio ao senador mineiro. “Eu sou passional, mas não levo paixão para as grandes decisões políticas. Sou racional demais para isso, é perda de tempo. Não posso deixar paixões do passado influírem nas decisões para o futuro”, afirmou.

O tucano, que tem sido cortejado pelo PPS, disse ser necessário aglutinar a oposição e se mostrou otimista em relação a 2014. “Eu me proponho a trabalhar pela união de todas as forças. Para que o movimento seja vitorioso, nós temos que somar, trazer gente que está do outro lado, de boa-fé, para o lado de cá”, sustentou. Mais uma vez, negou que a afirmação significasse uma eventual candidatura própria. “Eu disse que estou à disposição para o trabalho de união, e acho que tenho credencial para isso, pela melhor fórmula possível. Pode ser por meio de várias candidaturas ou de uma só. Mas isso não significa que eu esteja me colocando.” Ele ainda teceu duras críticas aos petistas e disse que as heranças das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff serão “piores que as da ditadura e do ex-presidente Fernando Collor de Mello”.

Filiação

Desde a derrota na eleição do ano passado, quando concorreu à prefeitura de São Paulo, José Serra tem perdido espaço dentro do PSDB enquanto tenta frear o crescimento da influência do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves na legenda. Desde então, tem crescido o desejo do PPS de atraí-lo para a sigla e lançá-lo candidato à Presidência da República em 2014. “Quem não gostaria de ter o Serra em seu quadro? É um grande nome e ajuda a incorpar a oposição”, afirmou o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR). Tanto Serra quanto Bueno, entretanto, negaram ter tratado do assunto na reunião que tiveram a portas fechadas, com o presidente do partido, Roberto Freire, após a palestra.

Hoje, o Diretório Nacional da legenda se reúne para tratar sobre a possibilidade de fusão com outras legendas da oposição. A ideia é ter um grupo maior, inclusive para seduzir José Serra. Um dos partidos com quem o PPS tem conversado é o PMN.

Fonte: Correio Braziliense

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