quinta-feira, 23 de maio de 2013

Enfrentamento não é consenso no PMDB do Rio

Alguns integrantes do partido destacam boa relação de Dilma com Pezão e temem clima de guerra eleitoral precoce

Marcelo Remigio

Durante o encontro dos governadores do PMDB em Brasília, Sérgio Cabral procurou deixar claro que a ausência da presidente Dilma Rousseff no evento foi um sinal de que está cada vez mais distante o acordo entre peemedebistas e petistas em torno da candidatura de seu vice, Luiz Fernando Pezão, ao Palácio Guanabara. Cabral esperava um retorno positivo da presidente e chegou a defender que o partido parta para um ataque mais ostensivo contra o senador Lindbergh Farias (PT), que tem criticado o PMDB em eventos públicos. No entanto, nem todos os caciques do partido no Rio apoiam a posição de enfrentamento defendida pelo governador.

Parte dos peemedebistas acredita que Dilma não tem influência direta na candidatura de Lindbergh ao governo do estado, já que o nome do senador recebeu o aval do ex-presidente Lula. Dilma tem procurado ficar distante da polêmica no estado e, assim, não ir contra Lula e tornar-se neutra em relação a Pezão. A presidente mantém bom relacionamento com o peemedebista e não quer estremecer essa ligação. Lula tem articulado negociações políticas entre o PT e partidos aliados para 2014.

- É cedo para criar um clima de guerra eleitoral, falta muito para a campanha. Já tem gente no partido dizendo que a posição de Cabral é uma forma dele forçar uma briga com o PT e, assim, abrir caminho para o apoio a Aécio Neves no ano que vem num embate com Dilma. Ele não tem o consenso no PMDB - diz um cacique estadual.

Durante a reunião, o impasse no Rio foi colocado como a questão política mais grave enfrentada pelo PMDB no planejamento para 2014, em função da importância do estado e de seu eleitorado. A preocupação dos peemedebistas também está voltada para o "fracionamento" das candidaturas ao Palácio Guanabara, onde PDT e PSDB ensaiam lançar nomes, assim como PT, DEM, PR e PSOL. A divisão do eleitorado prejudicaria Pezão e, num eventual segundo turno com Lindbergh, o apoio de derrotados custaria caro ao PMDB.

A possibilidade de a ex-governadora e atual prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho (PR), entrar na disputa no lugar de seu marido, o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) - a prefeita tem índice menor de rejeição -, é vista como uma estratégia da família para atingir em cheio o desafeto Pezão. Rosinha atrapalharia o peemedebista no interior, na Baixada Fluminense e em São Gonçalo, na Região Metropolitana, onde ela concentra seu eleitorado.

Fonte: O Globo

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