quinta-feira, 9 de maio de 2013

Freud Godoy depõe sobre cheque recebido de Valério

Mulher de assessor do governo Lula também é ouvida pela PF

Thiago Herdy

SÃO PAULO - Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência durante o governo Lula, e sua mulher, Simone Godoy, prestaram depoimento ontem à tarde na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Freud é investigado em inquérito que tramita na Justiça Federal em Minas Gerais, por ter recebido repasses do operador do mensalão, Marcos Valério.

Freud e sua mulher permaneceram por cerca de três horas nas dependências da PF, mas entraram e deixaram o edifício separadamente, para evitar que a mulher fosse fotografada. Acompanhado do advogado, ele levava nas mãos outros depoimentos que já prestou à polícia. O depoimento de ontem será encaminhado para a PF em Belo Horizonte, onde tramita o inquérito que investiga Freud.

No trajeto entre o prédio da Polícia Federal e o carro, o ex-assessor de Lula permaneceu calado e não quis falar com a imprensa. Quando uma repórter perguntou por que ele não se defendia, respondeu apenas:

- A senhora é juíza?

Pelo menos R$ 98,5 mil foram repassados por meio de um cheque da SMP&B, empresa de Marcos Valério, em janeiro de 2003. Em depoimento à Procuradoria Geral da República em setembro do ano passado, o publicitário disse que o dinheiro tinha como destinatário o ex-presidente Lula.

Lula diz ser mentirosa a declaração do operador do mensalão, que foi condenado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema de corrupção operado nos dois primeiros anos do governo petista.

Uma das empresas de Freud, a Caso Comércio e Serviço Ltda., teve o sigilo bancário quebrado pela PF, que investiga o destino dado ao dinheiro recebido de Valério. A PF também tenta descobrir o caminho percorrido por outro depósito feito para Freud, em dinheiro, em março de 2004, no valor de R$ 150 mil. O ex-assessor disse ter recebido o dinheiro pela venda de um lote em um condomínio de São Bernardo do Campo, mas a versão será checada.

Pelo menos 29 inquéritos já foram instaurados em Minas para investigar outros beneficiários do esquema do mensalão, que não foram denunciados na Ação Penal 470, julgada em 2012 pelo STF.

Fonte: O Globo

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