Fiquei bastante surpreendido com o volume e as características da reação popular aos boatos sobre a extinção (ou abono de Dia das Mães em alguns lugares) da Bolsa Família.
As cenas de tumulto, as filas, os quebra-quebras, as entrevistas das pessoas simples mostraram ao vivo e a cores nos horários nobres das TVs o quanto estamos longe do Brasil sem Miséria (ou Carinhoso), alardeado aos quatro ventos pela propaganda oficial.
Impressiona ver o quanto o mero vislumbre da falta de um mísero valor de R$ 150,00 por família (na média), pode causar tanto impacto e tamanha sensação de insegurança em tanta gente. É triste.
Por mais que entenda que a ajuda financeira direta às pessoas e famílias necessitadas seja urgente e benéfica não consigo assimilar e compreender que tais programas sejam tratados com a pompa e a circunstância com que são tratados. Não os vejo como motivo de orgulho para o país, não acho que sejam produtos de exportação como alguns propagandeiam nos fóruns internacionais, não os entendo como metas a serem ampliadas e expandidas, ao contrário.
Cada vez que deparo com notícias de administradores públicos e políticos, de qualquer esfera, que se vangloriam ao anunciar ou ao reverberar que houve aumento do número de beneficiários da bolsa isso ou da bolsa aquilo, fico com medo de que isso nunca vai acabar.
A máxima dessa turma parece ser: Nunca ensinar a pescar, mas até que podemos ajudar esse povo a comer um bocadinho de peixe, desde que seja na nossa mão. E, ato contínuo, lembrar que se não gostarem assim e não retribuírem com o voto, fecham a mão.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do partido Mobilização Democrática - MD de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto @hotmail.com.
24/05/2013
ResponderExcluirParabéns Urbamo, muito bem colocado.
ANDRÉ LUIZ