quarta-feira, 8 de maio de 2013

Marina vai ao STF e se diz preocupada com tramitação de projeto que limita novos partidos

Após encontro com Joaquim Barbosa, ex-ministra disse que ministro não adiantou data para apreciação de liminar

Chico de Gois

BRASÍLIA - A ex-senadora e presidenciável Marina Silva e outros parlamentares reuniram-se nesta terça-feira com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para expressar sua preocupação com o que classificou de forma açodada como tramitou o projeto que dificulta a criação de novos partidos. Ao fim do encontro, Marina disse que Joaquim não adiantou quando a liminar concedida pelo ministro Gilmar Barbosa, que sustou a tramitação, deve ser apreciada pelo plenário.

- Ele nos ouviu e disse que deverá aguardar o processo chegar. Não conversei com o ministro Gilmar Mendes. Preferimos fazer uma visita protocolar ao Poder para manifestar nossa preocupação com a tramitação atabalhoada desse projeto - afirmou, ao final do encontro.

Marina avaliou que o projeto tem um interesse político, com endereço conhecido - referindo-se, sem citar nomes, ao Palácio do Planalto, que quer impedir a formação do Rede Solidariedade, partido que Marina tenta criar para viabilizar sua candidatura à Presidência no ano que vem.

- Isso caracteriza um casuísmo - declarou, adiantando que, caso a liminar seja derrubada no plenário do Supremo, ela pretende entrar com uma ação de inconstitucionalidade contra o projeto.

Porém, ela disse acreditar que, no Senado, a matéria pode ser modificada. Para ela, a motivação de impedir a criação do seu partido tem ajudado na coleta de assinaturas.

- Essa ação casuística do governo criou uma grande solidariedade. As pessoas veem que há uma ação desmedida do governo e de sua base, que atuam com dois pesos e duas medidas, uma vez que deram apoio à criação do PSD.

A presidenciável, porém, disse que não vê como ataque pessoal a ação desencadeada pela base do governo, mas, segundo ela, trata-se de um ato contra o pluripartidarismo.

- Essa postura tem a ver com interesse político de evitar que grupos possam se viabilizar - declarou.

Fonte: O Globo

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