quarta-feira, 15 de maio de 2013

PSB busca alianças para 2014

Rosália Rangel, Aline Moura

RECIFE — Nem mesmo a pressão do Palácio do Planalto para evitar que os partidos aliados se afastem do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) fez com que o governador Eduardo Campos (PSB), potencial adversário da petista, mudasse de estratégia. Apesar da blitz petista, ele trabalha para manter o canal de diálogo com outras legendas da base. Um dia depois de receber o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, o socialista almoçou, ontem, no Recife, com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. E assinou, horas depois, a ficha de apoio à criação da Rede, durante encontro com a ex-senadora Marina Silva.

Eduardo tem esperanças de atrair partidos que ainda não bateram o martelo no apoio à reeleição de Dilma Rousseff. O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, por exemplo, não nega a gratidão que tem pelo governador, de quem recebeu apoio para fundar o PSD. Ontem, depois de conversar reservadamente com Eduardo Campos, Kassab definiu o encontro como uma “visita de cortesia”. “Praticamente não se falou de política”, despistou.

Questionado sobre as articulações do governador para disputar a Presidência, afirmou que é difícil dizer, agora, se Eduardo será pré-candidato. “O PSB está avaliando o quadro com calma. É um direito que ele tem. Isso é uma questão do PSB”, observou. Sobre a especulação de que teria vindo ao Recife para repassar ao governador o desejo da maioria dos diretórios estaduais de apoiar a reeleição da presidente Dilma, resumiu: “Nossa posição é de conhecimento público. Não falei sobre isso com ele”.

Ligação

Mesmo com cargo no governo Dilma (Secretaria da Micro e Pequena Empresa), a forte ligação do PSD com o PSB permite vislumbrar que os partidos podem estar juntos no futuro. “Existe um interlocução entre o PSD e o PSB. É uma interlocução fácil e de apreço visível. A maioria quer apoiar a reeleição da presidente, mas ainda é um horizonte distante para se falar em aliança para 2014”, comentou o presidente estadual do PSD, André de Paula, deixando claro que essa é uma avaliação pessoal.

Já Marina Silva, que se reuniu por 50 minutos com Eduardo e obteve dele o apoio formal à criação do novo partido, evitou falar sobre alianças futuras. Ressaltou apenas que ambos estão afinados contra a movimentação no Congresso para impedir a criação da Rede, o que os dois chamaram de “casuísmo”.

A ex-senadora também fez críticas à condução da política econômica da presidente Dilma. “Em 2008, foram tomadas medidas por parte do governo que deram muitos resultados. Agora, a realidade é completamente diferente. É o momento de investir em educação, tecnologia, inovação, e na ampliação das nossas bases produtivas”, pontuou.

Fonte: Correio Braziliense

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