terça-feira, 25 de junho de 2013

Oposição lança agenda própria e critica presidente

Para Aécio Neves, governo federal foge a suas responsabilidades e atropela atribuição do Congresso

Maria Lima

Aécio. "Não há humildade para reconhecer erros"

Roberto Freire. Para oposição, ruas sem resposta

BRASÍLIA Logo após a fala da presidente Dilma Rousseff, na reunião com governadores e prefeitos, os presidentes dos partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS) divulgaram um manifesto comum com uma agenda própria para responder aos apelos das ruas, baseado em três pilares: transparência e combate à corrupção; ética e democracia; pacto federativo e defesa de mais recursos para Saúde, Segurança e Educação. Os dirigentes Aécio Neves (PSDB-MG), Agripino Maia (DEM-RN) e Roberto Freire (PPS-SP) acusaram Dilma de querer desviar o foco das cobranças ao governo e dividir sua responsabilidade com governadores, prefeitos e o Congresso.

Eles avaliaram que, em seu pronunciamento, a presidente Dilma atropelou uma atribuição do Congresso, de propor uma Constituinte para fazer a reforma política, em vez de responder diretamente aos reais interesses expressos pela população.

- Quando se esperava uma resposta direta às ruas, a presidente frustrou a todos os brasileiros com propostas absolutamente marginais. Uma vez mais, como já havia ocorrido no pronunciamento oficial em cadeia de rádio e TV, o Brasil velho, repudiado pelas manifestações, falou ao novo Brasil. Não há humildade para reconhecer erros e dar dimensão correta às dificuldades que atingem o dia a dia dos cidadãos. A presidente tergiversa e age como se tivesse assumido hoje, esquecendo-se de que este governo está no poder há dez anos. Esse governo não assume suas responsabilidades e as repassa para terceiros - disse Aécio Neves.

Manifesto propõe auditorias

O manifesto, que a oposição divulgou para contrapor ao anúncio de Dilma, propõe auditoria para investigar corrupção e desvios de recursos públicos e financiamentos do BNDES para obras da Copa, auditoria nos negócios da Petrobras no Brasil e exterior, redução pela metade do número de ministérios e 22 mil cargos comissionados, abertura dos gastos da Presidência da República com viagens e cartões corporativos; e destinação imediata de 10% do PIB para Saúde e Educação, além de uma proposta de reforma política centrada no controle da corrupção e desvios de recursos públicos.

O manifesto foi apresentado por Aécio a alguns governadores e prefeitos tucanos que se reuniram em sua casa, antes da reunião no Planalto. Os tucanos discutiram também a necessidade de encontrar uma forma de sintonizar os partidos com os movimentos dos últimos dias em todo país. Há uma preocupação com a rejeição do movimento aos partidos políticos.

- A rejeição dos movimentos de rua a partidos traz prejuízos para todo mundo, mas não há dúvida de que o foco principal são o PT e o governo federal - avaliou o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

Fonte: O Globo

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