segunda-feira, 15 de julho de 2013

Manifestantes voltam a ocupar a frente do Palácio Guanabara

Grupo pôs fogo em boneco que representava Sérgio Cabral

Três dias depois de bairros vizinhos ao Palácio Guanabara terem se transformado num campo de batalha entre policiais militares e manifestantes, um novo protesto, desta vez pacífico até o fim da noite, ocupou a frente da sede do governo do estado. O grupo de cerca de 250 pessoas, segundo estimativas da PM, pôs fogo num boneco que representava o governador Sérgio Cabral. E gritou palavras de ordem como "Fora, Cabral" e "No meu casamento eu quero a polícia", ironizando a presença do Batalhão de Choque na repressão à manifestação de anteontem próximo ao Copacabana Palace, onde acontecia a festa de casamento de Beatriz Perissé Barata, neta do empresário de ônibus Jacob Barata.

O momento de maior tensão ocorreu por volta das 21h, quando duas jovens furaram o bloqueio e tentaram entrar no palácio. Elas foram retiradas pela PM, e um policial atirou spray de pimenta contra os manifestantes. O princípio de confusão, no entanto, foi rapidamente contornado. Quase no mesmo momento, um entregador chegou com pizzas ao palácio, mas saiu assustado com a manifestação sem conseguir deixar o pedido.

O chamado "grande ato pela saída e punição de (Sérgio) Cabral, (Luiz Fernando) Pezão e Paulo Melo" - numa referência ao governador, ao vice-governador e ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio, respectivamente - fechou os dois sentidos da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, complicando o trânsito.

Em convocações nas redes sociais, o grupo estimulou os participantes a acamparem perto do palácio, a exemplo do que havia acontecido, mês passado, na esquina da Avenida Delfim Moreira com a Rua Aristides Espínola, no Leblon, onde mora Cabral. Mas, até as 21h, nenhuma barraca havia sido montada. Depois disso, a chuva dispersou a maioria dos manifestantes. A ideia, segundo o fotógrafo Pedro Rios, integrante do movimento Ocupa Rio, era tomar pacificamente a frente do palácio:

- Queremos ocupar física e simbolicamente a sede do governo, devido ao desrespeito com que o povo do Rio vem sendo tratado.

Os manifestantes começaram a se reunir às 15h, no Largo do Machado, onde declamaram poesias e cantaram músicas. Cerca de 30 PMs, de vários batalhões, reforçaram a segurança no local. Eles usavam coletes que escondiam suas identificações. Em resposta, a maior parte dos manifestantes colou seus nomes com fita adesiva no peito. Por volta das 18h, acompanhado pela PM, o grupo seguiu em passeata pela Rua das Laranjeiras até a Pinheiro Machado.

Dessa vez, mais de dez policiais fizeram um cordão de isolamento próximo à Casa de Saúde Pinheiro Machado, que foi invadida e teve uma porta danificada por um tiro de bala de borracha no protesto da última quinta-feira. Ao todo, segundo a PM, cerca de 300 agentes acompanharam o ato, com o Batalhão de Choque a postos.

Fonte: O Globo

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