sábado, 27 de julho de 2013

Panorama Político - Ilimar Franco

Fechado para balanço
Mergulhado na disputa pelo comando do partido, o PT assiste acéfalo ao esgarçamento da aliança política que sustentou os governos do partido. Num momento de incerteza, dizem aliados, o PT deixou a presidente Dilma ao sabor das ondas, enquanto seus dirigentes se entregam à disputa, para os filiados, entre os que defendem a pureza petista e os que venderam a alma aos aliados.

Ruminando a realidade
O Diretório Nacional do PT se reuniu dia 20 e, como não é de seu costume, não divulgou documento de análise sobre a situação do país. Foi nomeada uma comissão para fechar um texto e, depois, fez-se silêncio. Na segunda-feira, haverá outra reunião, mas a pauta deverá tratar unicamente das eleições internas do partido.

Vale o risco
A cúpula aecista diz que Marina Silva, a despeito de estar à frente na corrida para o 2° turno, representa o espírito crescente de mudança. E conclui: "É bom para captar o sentimento predominante e novo no seio da sociedade".

Como ela faria?
Quando o cerimonial do Palácio do Planalto precisa definir a participação da presidente Dilma em grandes eventos, como abertura de cerimônias esportivas, G20, visita do Papa Francisco, entre outros, recorre à atuação da chanceler alemã Angela Merkel. O cerimonial presidencial corre para pesquisar "como Merkel faria".

O que vem pela frente
Os ministros conselheiros políticos da presidente Dilma avaliam que, a despeito dos índices de regular e negativo serem altos comparados com o seu histórico, ela está em situação administrável para fins de recuperação de imagem.

Corrida de obstáculos
O governo Dilma está preocupado com o processo de concessões de rodovias, previsto para o segundo semestre. Ele integra o leque de ações previstas para estimular a economia. A avaliação no Planalto é que os empresários do setor estão retraídos, porque não estão vendo grandes perspectivas de ganho. Ocorre que o retorno financeiro das concessões se dará pela cobrança de pedágio, e os protestos de junho dificultaram a perspectiva de instalação das praças. Há um agravante: o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) acabou revogando um reajuste de pedágio após rodovias terem sido trancadas por manifestantes, irritados com a medida.

Perplexidade
Esta semana, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, concedeu coletiva para explicar dados do emprego formal. Disse: "O total de vagas em junho (123.836) foi superior ao registrado no mesmo mês de 2012... As razões, não sei por quê".

No armário
O governo deixou de priorizar a obra do trem-bala. A avaliação é que ficou "injustificável" com os protestos, pelo tamanho do gasto. Pesou ainda o desinteresse de empresários na obra.

O presidente do Uruguai, José Mujica, não quis vir, mas seu vice, Danilo Astori, fez pedido para ver o Papa de perto na Praia de Copacabana amanhã.

Fonte: O Globo

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