segunda-feira, 29 de julho de 2013

Para Aécio Neves, governo de Dilma é 'incapaz' e 'refém'

Senador tucano reage à entrevista da petista à Folha e afirma que ela 'zomba da inteligência dos brasileiros'

Provável candidato do PSDB diz que crítica ao desempenho de FHC reflete 'obsessão' do PT com o ex-presidente

BRASÍLIA e SÃO PAULO - O senador mineiro Aécio Neves, provável candidato do PSDB nas eleições presidenciais do ano que vem, afirmou ontem que o governo da presidente Dilma Rousseff chegou ao fim "de forma prematura", um ano e meio antes do fim do mandato de Dilma.

"O sentimento que fica [...] é o de um governo incapaz de novas iniciativas, refém das circunstâncias que o cercam", disse Aécio ao comentar em sua página no Facebook a entrevista que Dilma concedeu à Folha, publicada ontem.

Na entrevista, a presidente diz não dar importância aos petistas que defendem a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato nas próximas eleições. "Esse tipo de coisa, entre nós não gruda, não cola", disse. "O Lula não vai voltar porque ele nunca foi. Ele não saiu."

Em mensagem publicada no Facebook, Aécio afirmou tque a entrevista reflete a "obsessão do PT" com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é criticado por Dilma em alguns momentos.

Perguntada sobre as dificuldades que encontra para manter a inflação dentro da meta oficial, a presidente disse à Folha que Fernando Henrique não cumpriu a meta em três dos quatro anos no qual ela vigorou em seu governo.

Para Aécio, Dilma "zomba da inteligência dos brasileiros" ao ignorar "as gigantescas diferenças entre as conjunturas das duas épocas".

Para o presidente do oposicionista DEM, senador José Agripino (RN), o recado foi "claríssimo": "Os erros que estão levando às manifestações nas ruas não são só dela, são dos dois governos do PT".
O ex-vice-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) ironizou: "Lula nunca saiu, e Dilma nunca entrou".

Para o presidente do também oposicionista PPS, deputado Roberto Freire (SP), a petista "apenas reconhece sua nulidade" na entrevista.

A base governista da Câmara dos Deputados defendeu Dilma. Segundo o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), aqueles que falam em "volta, Lula" "não compreendem o PT, Lula e Dilma".

Líder da bancada do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) definiu Dilma como "consequência do Lula. Um fracasso de seu governo seria um fracasso do Lula".

Na entrevista à Folha, Dilma voltou a defender um plebiscito para a reforma do sistema político brasileiro e rebateu a proposta --apoiada inclusive pelo PMDB, seu aliado-- de redução do número de ministérios, hoje em 39.

Sobre a reforma política, resistências em sua própria base de apoio praticamente sepultaram as chances de que haja alterações já em 2014. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Dilma "corajosamente enfrenta esse tema".

Sobre o ministério, Cunha afirmou: "Manter o número não mudará a relação com o PMDB, mas vamos continuar defendendo a redução".

Fonte: Folha de S. Paulo

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