terça-feira, 2 de julho de 2013

PSB, de Campos, quer término da reeleição e plebiscito em 2014

Pré-candidato ao Planalto, governador contraria agenda de Dilma e do PT e faz defesa do mandato de cinco anos

Partido tenta evitar que reforma política valha para eleição do próximo ano e cobra revisão do pacto federativo

SÃO PAULO - O PSB, presidido pelo governador Eduardo Campos (PE), apresentou ontem documento em que propõe a realização de plebiscito para a reforma política em outubro de 2014, simultaneamente à eleição presidencial.
A tese contraria a agenda da presidente Dilma Rousseff e do PT, que pretendem antecipar a consulta popular.

A direção do PSB entende que qualquer mudança na legislação, seja no financiamento de campanhas ou no modelo de votação, só deve valer após o pleito do ano que vem. Em reunião realizada em Recife, a sigla também propôs o fim da reeleição, com coincidência de mandatos de cinco anos.

Outra proposta que consta do texto dos correligionários de Campos é o fim das coligações proporcionais.

Os dois itens também estão na contramão do desenho de reforma pretendido pelos petistas, que dá prioridade ao voto em lista e ao financiamento público. A revisão do pacto federativo também foi incluída no documento.

A tese, que prevê mudanças nas atribuições da União, Estados e municípios, é difundida por Campos em palestras que faz pelo país para divulgar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

O texto foi discutido com a direção nacional da legenda e serviu para afinar o discursos dos aliados do governador de Pernambuco.

Na semana passada, o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, reuniu-se com representantes do PT, PC do B e PDT em São Paulo. Na ocasião, foi anunciado um acordo entre as siglas em torno do modelo de reforma idealizado pelos petistas, o que contrariou Campos.

"Os políticos não podem definir sozinhos as perguntas nem fazer plebiscito de afogadilho", afirmou o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS). "A gente acha que um plebiscito pode conter mais coisas do que aquilo que, digamos, interessa ao PT, que é financiamento público [de campanha] e [voto em] lista fechada. Tem gente nesse plebiscito querendo fazer sua reforma", disse.

Descolado

A Folha apurou que Campos pretende, com o documento aprovado ontem, marcar posição sobre temas da reforma política sem questionar o mérito do plebiscito defendido pelo Palácio do Planalto.

No entendimento dos auxiliares do governador, seria impopular questionar um modelo de consulta direta ao eleitorado no contexto de manifestações pelo país.

Campos, que integra a base de sustentação ao governo Dilma, também deseja evitar alinhamento automático a Aécio Neves (PSDB) e outros líderes da oposição, que recusam, pelo menos por ora, diálogo com a presidente.

Fonte: Folha de S. Paulo

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