quarta-feira, 3 de julho de 2013

Serra defende pacto das oposições para enfrentar PT nas eleições de 2014

'Aposentar-me da vida pública, eu não vou. Sou contra aposentadoria prematura'

Ex-governador de São Paulo defende pacto das oposições para enfrentar PT nas eleições presidenciais de 2014, com um ou mais candidatos

Roberto Maltchik, Daniel Biasetto e Marcelo Carnaval

Considerando que o Congresso já demonstrou que não deseja uma reforma política e que o PSDB rejeita a proposta de plebiscito, qual é a alternativa?

Eu, pessoalmente, sempre defendi mudança do sistema eleitoral. Mudança até na forma como é feito o horário gratuito... Não implica fazer plebiscito, tá certo? Aliás, a reforma política pode ser feita sem plebiscito. É só ter a emenda e ter a tramitação normal. E aprovar. O surpreendente é ter essas manifestações no Brasil e isso ser apresentado como uma espécie de pílula mágica para resolver tudo. É tipicamente uma coisa oportunista para desviar a atenção dos problemas verdadeiros. O governo tem que funcionar melhor. Por exemplo, em nome da razoabilidade, e até da respeitabilidade, a presidente tem de dar um tiro no trem-bala e anunciar que o dinheiro dessa obra será destinado ao metrô. A sensação é que sobra desperdício no Brasil. Falta capacidade de governar direito.

O senhor acredita que o ex-presidente Lula poderá ser o candidato do PT em 2014?

O PT não quer perder o poder, e eles vão fazer de tudo para não perder. Se eles acharem que a Dilma não tem chance, eu não tenho dúvida de que porão Lula.

E o senhor, quer concorrer em 2014?

A gente não deve especular agora em torno de questão eleitoral. Fui crítico da antecipação da campanha eleitoral. Isso fez mal para o Brasil. Os fatos mostraram que eu estava certo. Este é o momento para procurar soluções. Para procurar ajudar o país a sair dessa situação, não é o momento para discutir ou recolocar assunto de campanha eleitoral.

Mas há chance de o senhor ser candidato em 2014?

Aposentar-me da vida pública, eu não vou aposentar. Eu sou contra aposentadoria prematura. Mas, exatamente, que candidatura? O que disputar e etc? É coisa que vem depois.

O senhor acredita que a candidatura do senador Aécio Neves pelo PSDB é fato consumado?

É uma questão que está posta dentro do PSDB. Mas, como eu digo, realmente, o importante agora é nos concentrarmos na questão atual, os impasses que o Brasil está vivendo. As coisas estão mudando muito no Brasil. Se você olhasse o dia de hoje com uma lente, uma bola de cristal, de ontem, ele seria irreconhecível. Eu acho que o dia de amanhã será irreconhecível com uma bola de cristal de hoje. As coisas estão mudando muito no Brasil. Eu acho que, realmente, não convém tocar para diante o debate eleitoral agora.

Muito se fala da possibilidade de o senhor sair do PSDB para disputar a Presidência por outro partido de oposição. Isso pode acontecer?

São especulações. Mas uma coisa é importante: nós temos que trabalhar pela unidade das oposições. Para ter uma mudança no Brasil. Ter um entendimento entre as oposições. Com uma ou mais candidaturas, nós temos que trabalhar por essa unidade. Isso é muito importante para o Brasil.

Fonte: O Globo

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