sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Firme, mas nem tanto
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), reafirmou ontem que o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) será lançado candidato ao Palácio Guanabara. O governador ainda não sabe, porém, se será seu companheiro de chapa, concorrendo ao Senado, ou se permanecerá no posto.

Essa indecisão de Cabral não tem nada a ver com desânimo, por causa do desgaste que sofreu com as sucessivas manifestações de protesto que ainda ocorrem no Rio, inclusive, na rua onde mora, no Leblon. Em seus últimos pronunciamentos, marcados por autocríticas sobre o próprio comportamento, o governador fluminense tem demonstrado que pretende reagir à queda brutal que sofreu nas pesquisas — tem apenas 12% de aprovação (Ibope/CNI). E, para isso, está disposto ao debate político aberto e franco com os adversários.

Permanecer no cargo ou disputar a eleição para o Senado tem a ver com a estratégia que pretende adotar no próximo ano. A desincompatibilização significa entregar o comando do processo sucessório para Pezão, que assumiria o governo e concorreria à reeleição. Restaria a Cabral cuidar de sua eleição ao Senado, que já não será um passeio pela Avenida Rio Branco. Permanecer no cargo, trocando um possível mandato de oito anos pelo sereno da planície, seria administrar a própria sucessão, em pleno exercício do poder. Ou seja, a candidatura de Pezão subiu no telhado. Dependendo da situação, Cabral poderia até apoiar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para manter a aliança do PMDB com a presidente Dilma Rousseff e com o PT.

Herdeiro
Quem farejou o perigo foi o presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, que na quarta-feira havia anunciado a saída de Cabral do governo para abril do próximo ano. O principal argumento de Picciani é que a permanência no cargo, até a eleição, impede a candidatura do filho de Cabral, Marco Antônio, atual presidente nacional da Juventude do PMDB, à Câmara Federal. Picciani é aliado incondicional de Pezão e vive às turras com o senador Lindbergh Farias (PT).

O exemplo
Situação mais ou menos parecida com essa de Pezão, embora em um cenário eleitoral muito mais favorável, foi a sucessão do governador capixaba Paulo Hartung (PMDB). O vice Ricardo Ferraço (PMDB), hoje senador, era o candidato à sucessão escolhido desde a reeleição de PH. Na hora da onça beber água, para manter a aliança com o PT, Hartung resolveu apoiar o então senador Renato Casagrande (PSB), que foi eleito governador. Ferraço concorreu ao Senado, com o apoio de Hartung, e se elegeu.

Enxugamento
A propósito de Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ele propôs, ontem, da tribuna, que seu partido coloque à disposição de Dilma Rousseff os cargos que ocupa no governo federal, deixando a presidente livre para empreender a redução do número de ministérios. O parlamentar observou que a medida foi defendida pelo presidente da Câmara de Política, Gestão, Desempenho e Competitividade da Presidência da República, empresário Jorge Gerdau.

Água fria
O presidente do PT, Rui Falcão, atuou como bombeiro, ontem, para evitar uma nova crise entre a legenda e o PMDB. Rebateu as afirmações do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), de que a aliança com o PMDB “é mais problema do que solução”. A nota de Falcão reafirma a parceria governamental e a aliança eleitoral prioritária com o PMDB, bem como a disposição do partido em reeditar a chapa Dilma-Temer. Os peemedebistas gostaram muito.

Amazônia
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, lança hoje os editais para a Região Norte. O programa Amazônia Cultural tem investimento no valor de R$ 5 milhões.

Agora vai
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, entregaram ontem ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, os estudos de concessão dos aeroportos internacionais Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, e o de Confins, em Belo Horizonte. O leilão está marcado para 30 de outubro.

Estupros// A presidente Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, a lei que obriga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) a prestarem atendimento emergencial e multidisciplinar às vítimas de violência sexual.

Turismo/ Levantamento da Embratur mostrou que, durante a Jornada Mundial da Juventude, 30,6%, de 500 turistas estrangeiros pesquisados, consideraram os serviços de telefonia e acesso à internet ruins ou péssimos. Foi a pior avaliação. Surpreenderam as aprovações da sinalização no Rio de Janeiro (79,4% responderam ótimo e bom), dos aeroportos (76,5%) e da segurança pública (73,2%).

Desvios/ Durante a solenidade de entrega de 106 ônibus escolares ao governo do Distrito Federal, ontem, o líder do PT na Assembleia Distrital, deputado Chico Vigilante, propôs ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que crie uma comissão para fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundeb nos pequenos municípios. “É só chamar o juiz, o delegado, o padre e o pastor”, sugeriu.

Fonte: Correio Braziliense

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