sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Fogo cruzado
Deve-se a um apelo do vice-presidente Michel Temer o adiamento da votação do orçamento impositivo pela Câmara, na quarta-feira, quando estava tudo pronto para que fosse aprovado em plenário. O pedido acabou atendido pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que agora também está no fogo cruzado entre o Palácio do Planalto e a base do governo.

Temer tornou-se o único interlocutor do governo com o PMDB capaz de convencer não só Henrique Alves como também o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que é visto por Dilma como se fosse da oposição. O problema é que o vice-presidente da República começa a ficar desgastado com a bancada de deputados por causa de seu alinhamento com o governo.

Apesar de atuar sistematicamente como bombeiro nas relações do Palácio do Planalto com a bancada peemedebista, Temer continua sendo visto com desconfiança na cozinha de Dilma. Não faltam aqueles que o acusam de jogo duplo, responsabilizando-o pelas estripulias dos correligionários na Câmara.

Jogo pesado
A liberação de emendas parlamentares no decorrer desta semana era o trunfo com que o governo contava para evitar que a base aprovasse o orçamento impositivo. Ocorre que não há isonomia para os valores liberados nem mesmo entre parlamentares da própria base. Ontem, o líder do PT, José Guimarães, fazia ginástica para explicar que as diferenças de valores eram consequência das próprias emendas apresentadas.

Bom acordo
O PT negocia com o PMDB um texto de consenso para aprovação do orçamento impositivo, que leve em conta os programas prioritários do governo para apresentação das emendas, um teto em relação aos valores e o contingenciamento linear da liberação das verbas. Mesmo assim, o Palácio do Planalto é contra a aprovação da proposta, o que os deputados da base consideram um sinal de que o acordo é bom.

Caititu
O ex-governador de São Paulo José Serra nega envolvimento com o escândalo do cartel do metrô paulista, que pode macular as gestões tucanas no estado, desde a administração do ex-governador Mário Covas. O material do Cade relatando a formação de cartel nas obras do metrô em governos tucanos foi fornecido pela multinacional alemã Siemens. Serra garante que a licitação foi limpa, com vitória da empresa que ofereceu o menor preço. Com o pé fora do PSDB, o ex-governador virou comida de onça.

Negreiros
Na abertura do III Congresso Ibero-Americano de Direitos Humanos, o presidente da Embratur, Flávio Dino, lamentou a precarização da saúde pública e privada no Brasil e afirmou que a população vive uma "peregrinação por um direito fundamental". Dino, que perdeu um filho por imperícia médica, comparou os hospitais públicos e particulares do Brasil ao poema Navio negreiro, de Castro Alves.

Pesquisas
O Datafolha conclui hoje mais uma rodada de pesquisas eleitorais. A novidade é a inclusão do nome do ex-governador tucano José Serra na amostra presidencial. Também está sendo avaliada a situação eleitoral dos candidatos a governador de São Paulo.

Anistia
Em agenda oficial em Brasília, o secretário-geral da Anistia Internacional, o indiano Salil Shetty, se reuniu ontem com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Além de tratar de temas de direitos humanos que estão na pauta do Legislativo, Salil relatou a preocupação da entidade com a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Saúde de Lula// A assessoria do Hospital Sírio-Libanês anunciou ontem à tarde que o médico Roberto Kalil Filho dará uma entrevista amanhã sobre o estado de saúde do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não adiantou detalhes. A assessoria de Lula disse que ele fará exames de rotina e que os resultados serão divulgados por Kalil para evitar a propagação de boatos.

Turismo
O Ministério do Turismo vai custear planos de turismo e projetos executivos de infraestrutura voltados para o setor. Tem em caixa R$ 16 milhões

Drogas/ Cinco novos integrantes do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) foram empossados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. São eles: Alex Canuto e Guilherme Leonardi, da Secretaria Nacional de Segurança Pública; Alex Reinecke, da Secretaria de Direitos Humanos; Daniel Assis, do Ministério da Saúde; e Mário Hesketh, da OAB.

Aeros/ O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu se empenhar pessoalmente para conseguir uma audiência dos aposentados e pensionistas do Fundo de Pensão Aerus, da antiga Varig, com a presidente Dilma Rousseff.

Cabeça/ A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi incluída pela última edição do estudo Os cabeças do Congresso, do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (DIAP), no grupo considerado "em ascensão", fruto de sua atuação na coordenação da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos.

Fonte: Correio Braziliense

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