quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Campos reconhece dificuldade para compor chapas no Rio e na Bahia

Para governador, situação do PSB é de conforto em Minas, São Paulo, RS e Paraná

Letícia Lins

RECIFE — Depois de cinco horas de reunião a portas fechadas com presidentes de diretórios regionais dos seis maiores colégios eleitorais do país, o Presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, reconheceu dificuldades para compor as chapas proporcionais do partido na Bahia e no Rio de Janeiro, mas afirmou que nos quatro outros estados — Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná — a situação é de conforto. O encontro foi realizado em Recife, na noite de segunda-feira, para discutir a formação de chapas de candidatos a deputados estaduais e federais nos estados. O objetivo da legenda é aumentar de 35 para 50 parlamentares a bancada na Câmara dos Deputados.

— Chegamos à conclusão que temos situações boas, medianas e preocupantes. Quatro estados estão bem, mas nos outros dois ainda há muito trabalho pela frente — disse o socialista, assegurando que o único objetivo da reunião foi esse.

Os companheiros de legenda que participaram do encontro, no entanto, lembraram que é a construção das chapas proporcionais que vai garantir um maior tempo na televisão para os candidatos aos governos estaduais e à Presidência. Eles disseram que além de eleger 50 deputados federais, o partido quer lançar doze candidatos nos estados e ainda garantir meios e palanques para Eduardo Campos, cuja candidatura já é unanimidade em São Paulo. No estado, uma consulta feita nos municípios indicou que 96 por cento dos filiados ao partido aprovam a candidatura de Eduardo e já defendem a entrega dos cargos no governo federal, assunto que o governador pretende adiar para o mês de outubro.

Segundo o Secretário Geral do PSB, Carlos Siqueira, a mesma consulta está sendo feita nos demais estados, e até o final do ano haverá uma avaliação completa do quadro, quando deverá então ser discutida a sucessão presidencial. Apesar de estar com o nome na rua, manter a agenda nacional e ter feito constantes reuniões, o governador não assume publicamente que é candidato.

— Fizemos uma reuniaõ ordinária em Recife e que não tem nada de extraordinário. Todos os partidos estão fazendo isso. Estamos promovendo encontros com grupos de seis estados, para construirmos uma visão de como vamos chegar ao prazo final para novas filiações. Criamos comissão para operacionalizar esses contatos e depois ela vai apresentar os resultados à executiva nacional. O debate sobre sucessão presidencial só será aberto em 2014, por enquanto estamos preocupados com os prazos de 2013.

Apesar de afirmar, também, que vem limitando o debate às chapas proporcionais, o PSB já trabalha com a possibilidade de lançar o nome do Senador Rodrigo Rolemberg para o governo do Distrito Federal e tentou sem sucesso atrair o Senador Lindenberg Farias (PT-RJ) para arrumar o planque no Rio de Janeiro.

No Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque já disse que poderá ser candidato, se for necessário.

— O PSB tem um vice lá, e a gente está estudando a situação. Se for preciso, para ajudar a compor o palanque de Eduardo, até eu posso sair candidato — disse o deputado gaúcho.

Em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, já se fala até na possibilidade de palanques duplos, que possam servir tanto tanto ao PSB quanto ao PSDB. A posição do socialista sobre o caso, no entanto, ainda é de completa descrição. E apesar da cautela sobre o assunto, os correligionários do presidenciável que estiveram em Recife não falaram em outra coisa. Afirmaram que a ansiedade nas bases é grande pela candidatura do socialista.

— A idéia é no mínimo manter os governadores que já temos (seis), e a meta para chegar a doze já é audaciosa, porque temos um partido de tamanho médio, que também quer eleger 50 deputados federais e o presidente da República. O PSB pretende lançar candidatos próprios em Tocantins, Goiás, Roraima e vários outros estados que estão com candidaturas em projeto. Mas o nosso projeto principal é ter Eduardo Campos como nosso candidato a presidente — contou o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque.

Fonte: O Globo

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