domingo, 25 de agosto de 2013

Direto de Brasília - João Bosco Rabello

PT quer Padilha na rua logo
Por mais que a presidente Dilma Rousseff implique com o tema, como se a campanha eleitoral não estivesse em curso e as candidaturas postas, a reforma ministerial devera voltar à pauta a partir de novembro. As mudanças, no entanto, perderão importância política para a movimentação em torno de 2014, que envolvem não só a sua própria sucessão, mas também as disputas estaduais, além de Câmara e Senado.

Com a debandada de boa parte dos titulares, o ministério ficará mais técnico (quem sabe, menor), o que pode ser, em tese, uma oportunidade para melhorar o desempenho da máquina. A partir daí, a campanha ganhaem intensidade, impondo-se como realidade política a partir do recesso parlamentar, ainda em dezembro.

A minirreforma eleitoral em gestação no Senado, por iniciativa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), considera esse calendário ao propor a redução do período formal de campanha eleitoral em um mês, adiando seu início para agosto. A ideia não guarda qualquer preocupação virtuosa, mas apenas visa a reduzir o tempo de exposição dos candidatos menos conhecidos em favor do governo, que continuará no palanque pelo seu papel executivo.

Quem mais perde nesse contexto é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, que precisa firmar sua imagem no Sul e Sudeste. Mas não é só: atinge também os rostos menos conhecidos nas disputas em todos os níveis. Um truque de ocasião que une PMDB e PT, sob a alegação de que diminui os gastos com a eleição por um mês - novamente subestimando a inteligência geral.

De qualquer forma, parece daqueles casuísmos que a realidade cuidará de pôr de lado, pois a substituição dos ministros é que ditará a largada sucessória. O ex-presidente Lula, já com o pé na estrada, quer o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em campanha a partir de 6 de novembro, data-limite para a votação da Medida Provisória do programa Mais Médicos, bandeira de sua candidatura ao governo de São Paulo.

Se essa conveniência prevalecer, será difícil manter a reforma ministerial a conta-gotas.

Não é, portanto, improvável uma saída coletiva, até o fim do ano, dos candidatos Gleisi Hoffmann (Paraná), da Casa Civil, Fernando Pimentel (Minas), do Desenvolvimento, Fernando Bezerra (Pernambuco), da Integração, Maria do Rosário (deputada federal), dos Direitos Humanos, e Pepe Vargas (deputado federal), do Desenvolvimento Agrário. Muito provavelmente, também, Aldo Rebelo, dos Esportes, candidato à Câmara Federal.

"Vamos até o fim"
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Sobre o Mais Médicos, sua bandeira ao governo de SP

Troca
O PMDB vai propor o nome do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para vice de Padilha, em troca da desistência de Lindbergh Farias ao governo do Rio.

Minas
O PMDB quer emplacar o vice de Fernando Pimentel ao governo mineiro. Na lista estão o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, o deputado federal Leonardo Quintão e o senador Clésio Andrade.

Cautela
O clima anti-Ministério Público no Senado dobrou o lobby de Rodrigo Janot, indicado sucessor de Roberto Gurgel, nos bastidores da Casa, antes de sua sabatina.

NO PORTAL
Blog. PSB tenta compensar perda de Romário com novas filiações

Fonte: O Estado de S. Paulo

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