sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Panorama político -Ilimar Franco

Se ficar, o bicho pega, se correr...
Há muita cautela com o anúncio feito pelo presidente da Câmara, Henrique Alves, após o deputado-presidiário Natan Donadon não ter sido cassado. Ele disse que não votará novas cassações até aprovar o voto aberto. O temor tem fundamento. Aprovar emendas constitucionais exige muita articulação, o que faltou no caso Donadon. O quórum necessário é de três quintos dos votos (308). E os afetados pela mudança (como os réus do mensalão) podem tentar empurrar a votação para o final de seus mandatos. No Senado, a emenda do senador Álvaro Dias, apresentada em 2007, só foi aprovada em 2012.

Donadon e o cachorro morto
Ao discursar ontem, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) não foi poupado. Gritos vinham do plenário: "Não chuta cachorro morto!"; "Não seja cruel com o Nata"; "Poupa o cara, ele já está ferrado"; "Tenha coração"; e "Chico, cala a boca".

Temer banca Paulo Skaf
A despeito das conversas de peemedebistas com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o vice-presidente Michel Temer garante: "Vamos ter candidato em São Paulo." O tucano gostaria de um vice do PMDB. Temer admite que há uma espécie da acordo com Alckmin: o partido não faz oposição, mas também não participa do governo. O acerto com o PT está mantido. O presidente da FIESP, Paulo Skaf será candidato ao governo.

No canto do ringue
Os tucanos dizem que o ex-governador José Serra não tem mais espaço no partido. Criticam o fato de ele ter posto "chapéu em todas as cadeiras". E sugerem cautela diante de informes de que ele não sai do PSDB. Lembram que, em 2002, Serra disse que não deixaria a prefeitura de São Paulo e, depois, renunciou para concorrer ao governo paulista.

Cara e coroa
A luta para eleger a nova direção do PT não tem limites. Uma ala dos petistas faz um discurso para a militância, atacando os mensaleiros, e outro para a opinião pública, dizendo que o partido é vítima de conspiração de seus adversários.

Eles é que vão decidir
A concessão do refúgio ao senador boliviano Pinto Molina está nas mãos do Comitê Nacional para os Refugiados. Ele é presidido por Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça. Os demais membros são: Marcelo Viegas, Itamaraty; Paulo de Almeida, Trabalho; Marcus Quito, Saúde; Luciana Mancini, Educação; Flávio Coca, PF; e padre José Roberto da Silva, Cáritas (RJ).

A luta continua
O governo Dilma avalia que ganhou a batalha na sociedade sobre o Mais Médicos. Entende que as entidades médicas perderam o embate devido à falta de sensibilidade social de sua reação. Mas ainda teme a "bancada do jaleco" no Congresso.

Pedido de socorro
Num dia desses, sem mais nem menos, numa viagem para São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu ao vice-presidente Michel Temer maior apoio e engajamento do PMDB na defesa da política econômica do governo Dilma.

APESAR DE O TSE se comprometer em pressionar os cartórios eleitorais, os parlamentares que devem se filiar à Rede de Marina Silva estão pessimistas.

"A crítica à Câmara é merecida. Minha frustração é com quem não votou. Estavam na Casa 470, destes, 459 registrados no painel, e 405 votaram"
Henrique Alves
Presidente da Câmara (PMDB-RN)

Fonte: O Globo

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