quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Serra pede prévias e diz que será candidato

No Paraná, ex-governador afirma que não tem planos para deixar o PSDB agora e volta a criticar a gestão de Dilma

Tucano cumpre agenda típica de campanha em Curitiba e se reúne com o governador Beto Richa, aliado de Aécio

Estelita Hass Carazzai

CURITIBA - O ex-governador de São Paulo José Serra disse ontem que o PSDB não deveria considerar "exótica" a possibilidade de realizar prévias caso haja mais de um candidato à Presidência em 2014.

O tucano vive uma disputa interna com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é hoje o único nome colocado pela sigla para a disputa.

Serra falou sobre o assunto ontem, após almoço com o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em Curitiba. Foi a segunda visita do tucano a aliados de fora de São Paulo em menos de sete dias. Na semana passada ele esteve em Salvador para um encontro com o prefeito ACM Neto (DEM).

Apesar da visita de ontem, Richa é amigo de Aécio e já defendeu, em entrevistas, a candidatura do mineiro. Mas ao lado do governador, Serra disse que espera ter espaço no PSDB para "ser uma opção", em 2014.

"O PSDB é um partido que eu ajudei a criar, com o qual eu tenho muita identidade. É tudo maravilhoso? Não. Mas isso, na vida, é sempre assim", declarou.

Como Aécio tem apoio majoritário no PSDB hoje, Serra passou a estudar opções para se candidatar ao Planalto. O ex-governador cogita desde deixar o partido e se lançar pelo PPS até concorrer internamente com o mineiro numa prévia, sabendo que Aécio tem a maioria da sigla.

Apesar de assumir certo desconforto interno e das proposta para mudar de sigla, Serra afirmou não ter "nenhum plano para sair amanhã" do PSDB.

PPS

"Nunca me incomoda quando alguém tem interesse em ficar do meu lado. O que não significa que eu tenha já um caminho predeterminado e certeiro nessas outras direções", disse, questionado sobre a possibilidade de mudar-se para o PPS.

O ex-governador de São Paulo evitou se colocar categoricamente como pré-candidato, apesar de desfiar críticas ao governo federal e classificar a gestão de Dilma Rousseff (PT) como "sem rumo" e de "viés publicitário".

Serra disse que "certamente" concorrerá "a alguma coisa" em 2014 e cumpriu agenda típica de candidato. Além de almoçar com Richa, ele visitou a Pastoral da Criança.

À imprensa, questionado sobre a investigação que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre cartel de empresas fornecedoras de trens para São Paulo durante as gestões do PSDB no governo do Estado, defendeu que sejam investigadas todas as licitações de trem, metrô e energia do país, inclusive as do governo federal.

"Se é para fazer investigação, que se faça sobre tudo", afirmou. As declarações estão em sintonia com o que disse anteontem o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), cujo Estado está no centro das investigações do Cade. Alckmin insinuou que não foi só em São Paulo que houve cartel em licitações de trem e metrô.

Fonte: Folha de S. Paulo

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