sábado, 21 de setembro de 2013

Eduardo: cabe ao PT decidir s sai ou fica

Para socialista, a dinâmica local vai pautar a relação

José Accioly, Pedro Romero

Dois dias após oficializar a entrega dos cargos que o PSB ocupa no governo federal, num claro gesto de afastamento do PT e da presidente Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou ontem que cabe ao Partido dos Trabalhadores decidir se permanece ou não nas gestões comandadas pelos socialistas Brasil afora. Para tanto, o presidente nacional do PSB ponderou que a "dinâmica local" vai pautar a relação entre os dois partidos. Eduardo mostrou-se ainda disposto em atender uma futura convocação de Dilma para nova conversa. O pedido foi externado pelo ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, que foi mantido no cargo pela própria mandatária até a próxima semana.

"O PSB vai continuar participando de governos do PT em muitos lugares. Essa é uma decisão que vai caber ao Partido dos Trabalhadores tomar. Respeitarei qualquer uma das decisões que ele venha a tomar", ponderou o governador. Além de Pernambuco, a legenda governa os Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Amapá e Espírito Santo.

"Deixei claro que a posição nacional que nós tomamos não é uma posição verticalizada para todos os Estados. Tem muitos Estados que nós já não participamos de gestão do PT, como têm muitos lugares que nós governamos que o PT não participa, que é oposição, pela dinâmica local", reforçou Eduardo, durante após passagem pelo Porto de Suape para visitar o navio que trouxe as primeiras prensas da fábrica da Fiat.

Sobre o pedido da presidente Dilma para uma nova conversa, Eduardo afirmou que atenderá a solicitação "tantas vezes" que a petista quiser. "Tantas vezes a presidente da República quiser falar comigo eu vou lá falar com ela. Tenho por ela muita atenção", despistou.

Eduardo Campos classificou como "objetiva" a decisão da presidente Dilma de manter, pelo menos até a próxima semana, o ministro Bezerra Coelho no cargo, até que a petista retorne dos Estados Unidos e indique um substituto do auxiliar. "Ela não esperava que houvesse essa posição do PSB (de sair do governo) e ela precisa de um tempo para fazer a viagem e fazer as escolhas que precisa", analisou o governador.

Desapego

Em Belo Jardim, Eduardo disse que não tem ambições por cargos. Em seu discurso, ao assinar a ordem de serviço para a construção de uma UPA-E, ele firmou que o País precisa de um novo modo de fazer política e que só vai estar perto do povo quem mostrar o caminho para fazer "um futuro melhor". "Não me move a ambição por cargos. Tive muitos desde cedo e não deixei que isso perturbasse o meu caminho. Sempre soube separar as coisas", afirmou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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