terça-feira, 24 de setembro de 2013

Página 10 - Rosane de Oliveira

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Com a boca no trombone
A participação da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da ONU tinha tudo para ser modorrenta como costumam ser os atos que viram rotina. Todos os anos, cabe ao presidente brasileiro fazer o discurso de abertura, na maioria das vezes com escassa repercussão fora do Brasil. Desta vez, a expectativa é de que seja diferente e que os Estados Unidos prestem atenção.

Dilma avisou ao presidente Barack Obama que falaria das denúncias de espionagem trazidas a público com a divulgação de documentos secretos vazados por Edward Snowden. A presidente não adiantou qual será o tom da manifestação, mas dificilmente será ameno. Além de pedir o estabelecimento de uma governança global sobre a internet, que possa impedir sua utilização por serviços de espionagem, Dilma deve apresentar a invasão de privacidade dos cidadãos como uma violação de direitos humanos. Obama deve falar logo depois da presidente brasileira.

Há uma semana, Dilma cancelou a viagem que faria a Washington em outubro, numa represália à falta de explicação convincente do governo dos Estados Unidos para a bisbilhotagem de seus contatos, por telefone e pela internet.

O discurso de que as ações de espionagem se justificam no contexto de uma operação de combate ao terrorismo ficou desmoralizado quando vieram à tona as denúncias de que a Agência Nacional de Segurança também bisbilhotou a Petrobras. A convicção do governo brasileiro é de que a espionagem na Petrobras não tem qualquer vinculação com segurança: é pura e simplesmente motivada por interesses comerciais. No caso, o petróleo do pré-sal.

Encontros preliminares
Na véspera do seu discurso na ONU, a presidente Dilma Rousseff chegou a Nova York às 6h da manhã e passou a maior parte do dia preparando o pronunciamento com ajuda dos ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, da Educação, Aloizio Mercadante, do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e com o assessor especial Marco Aurélio Garcia.

À tarde, no Hotel Saint Regis, onde está hospedada, Dilma recebeu o ex-presidente Bill Clinton. Segundo a assessoria da Presidência, os dois trataram de cooperação, desenvolvimento e combate à fome. À saída, Clinton disse apenas que o encontro "foi ótimo".

No mesmo hotel, Dilma também se encontrou com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

PPS justifica apoio a quatro
Em uma carta de 38 linhas, o secretário-geral do PPS no Rio Grande do Sul, Sérgio Camps de Morais, contesta a avaliação da coluna de que o partido carece de personalidade por admitir apoio a José Serra, Marina Silva, Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB).

"Nossa posição é sim de clara e firme oposição ao governo Dilma", diz a carta, cuja íntegra está em http://wp.clicrbs.com.br/rosanedeoliveira/2013/09/23/pps-responde-aa-pagina-10/?topo=13,1,1,,,13

Para que tudo fique como está
Nesta terça-feira, o processo de instalação do ponto eletrônico na Assembleia, iniciado na gestão de Alexandre Postal, completa 14 meses. Das 643 páginas, 290 foram geradas na Procuradoria da Assembleia, que cada vez aponta um problema diferente para ser sanado.

O último parecer, com novos pontos que a administração de Pedro Westphalen terá de corrigir para lançar o edital, tem 68 páginas. Nesse ritmo, o ponto corre o risco de não ser instalado nesta legislatura.

Aliás
O problema que empaca a obra dos corredores de ônibus em Porto Alegre não é o uso desta ou daquela tabela de referência: são os sinais de sobrepreço na fresagem (retirada do pavimento antigo) e na sinalização noturna.

Fonte: Zero Hora

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