quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Campos abre o jogo
Numa conversa que se estendeu até as 3h de terça-feira, Eduardo Campos (PSB) disse ao governador Cid Gomes (PSB-CE) que, se a eleição fosse hoje, seria candidato a presidente. "Hoje eu sou. Para ganhar, para perder. Para fazer 1% ou 30%." Ressaltando que a decisão só será tomada em 2014, o governador de Pernambuco afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff tem 40% dos votos no país. E emendou: há 60% do eleitorado "à disposição de outros candidatos".

Dois altares A conversa com Cid, a mais clara até agora sobre a eventual candidatura de Campos, ocorreu diante de Fernando Bezerra, ministro de Dilma.

NSA 1 A sinalização coincidiu com o aumento da pressão de aliados para que a presidente demita os nomeados pelo PSB, o que levou eduardistas a concluir que o teor da reunião chegou a Brasília.

NSA 2 Do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), sobre o fogo amigo: "Dilma não precisa recorrer ao Obama nem mandar recado para falar conosco. Temos e-mail, telefone e endereço''.

Resta um Lula se reuniu ontem com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para discutir os cenários para 2014. O ex-presidente é o único que ainda contém a falta de paciência da cúpula petista com o aliado insurgente.

Liberou A Procuradoria-Geral Eleitoral recomendou na semana passada a rejeição de representação do PPS contra Dilma por seu pronunciamento de TV no Dia do Trabalho. Segundo o órgão, não houve viés eleitoral na fala.

Revalida A direção da Rede vai pedir ao TSE a validação de 73 mil assinaturas de apoio ao partido que foram anuladas por cartórios eleitorais sem justificativa.

Na pinta Se a proposta vingar, esse lote pode se somar a 420 mil nomes que a legenda de Marina Silva espera garantir até o fim desta semana, atingindo, por pouco, os 492 mil apoios necessários.

Currículo Sérgio Cabral voltou a dizer a Dilma ontem que deve renunciar em janeiro. Segundo auxiliares presidenciais, o gesto foi entendido como sinal de que o governador quer ser ministro.

Quarteto Marco Aurélio Mello sinaliza que votará com Joaquim Barbosa, contra a admissibilidade de embargos infringentes no mensalão, assim como Luiz Fux e, provavelmente, Gilmar Mendes.

Vai que é tua "Cármen Lúcia e Celso de Mello são incógnitas. Pode chegar a Celso empatado, e aí ele seria o grande perito. Interessante, o decano", diz Marco Aurélio.

Sem fim Caso o STF acolha os embargos, nova polêmica começará: os 13 condenados que não têm direito ao recurso devem cumprir suas penas já? Ministros pró-Barbosa acham que sim. Advogados dizem que o "natural" seria esperar o fim do caso.

#puxado Barbosa e Fux, os dois que votaram contra os recursos até agora, passaram a sessão trocando mensagens pelo sistema de intranet nos laptops do plenário.

Petit... No intervalo da sessão de ontem, Ricardo Lewandowski conversou no plenário com advogados como Leonardo Isaac e Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O ministro ouviu elogios de Isaac, defensor de Simone Vasconcelos, a quem condenou.

... comité O revisor do mensalão disse aos criminalistas que será bom para o tribunal se os infringentes forem aceitos, para "oxigenar" a corte. Um dos defensores disse que os recursos serão importantes para acabar com o "frenesi acusatório".

TIROTEIO

"Esse processo demonstra que Dilma é uma faxineira de fachada. Todos aqueles que foram demitidos por corrupção voltaram."
DO PRESIDENTE DO PPS, ROBERTO FREIRE, sobre as suspeitas de desvio de recursos públicos no Ministério do Trabalho, comandado pelo PDT.
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CONTRAPONTO

Canteiro adversário

Em reunião com sindicalistas na terça-feira, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), demonstrou curiosidade sobre a atuação política do presidente do Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil, Antônio Ramalho, que é deputado estadual pelo PSDB.
Ramalho contou que trabalhou em mais de 600 obras, formou grupos de trabalhadores e resolveu se filiar ao PSDB, que tem presença discreta no movimento sindical.
Haddad se virou para um auxiliar e perguntou:
--Como é que o PT pode perder um quadro desses? -- disse o prefeito, provocando gargalhadas.

Com Andréia Sadi e Bruno Boghossian

Fonte: Folha de S. Paulo

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