domingo, 6 de outubro de 2013

Brasília-DF – Luiz Carlos Azedo

Eduardo e Marina
A ex-senadora Marina Silva surpreendeu os aliados e anunciou ontem que será a vice da chapa do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que incorporaria a Rede à sua coalizão eleitoral como um partido político de fato, embora sem registro eleitoral. "É um paradoxo, somos um partido clandestino na democracia", ironizou a ex-senadora. A decisão foi tomada na sexta-feira à noite, durante reunião com Eduardo Campos, que foi chamado a Brasília por ela.
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"Eduardo, você está preparado para ser o presidente do Brasil?", indagou Marina, que a seguir comunicou: "Serei a sua vice". O diálogo somente foi revelado à cúpula da Rede por volta das 4h da manhã, em reunião na qual Marina ouviu calada a opinião dos aliados. Todos queriam que ela mantivesse a candidatura, inclusive seu marido. No fim da tarde de ontem, Marina se filiou ao PSB.
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Durante o ato de filiação, Marina revelou que optou por um "Plano C" para manter a coerência programática e não ceder ao pragmatismo de um eventual "Plano B" — concorrer à Presidência por outra legenda — ideia que nunca lhe agradou.

As pontas// Dificilmente, partidos como PDT, PR, PSD e PTB fecharão alianças com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ou o governador Eduardo Campos (PSB-PE). O Palácio do Planalto joga pesado para mantê-los na base do governo. A estratégia é reduzir ao máximo o tempo de televisão dos adversários.

Frustração
A decisão frustrou a cúpula do PPS, que na manhã de ontem se reuniu com Marina e tinha esperança de filiá-la ao partido. No encontro, Marina agradeceu o convite e comunicou que sua decisão de ser vice de Eduardo Campos já estava tomada. O presidente da sigla, Roberto Freire, convidado a se incorporar à coalizão, não aceitou a proposta de imediato. O PPS avalia que, sem Marina e José Serra (PSDB) na disputa, as chances de a presidente Dilma Rousseff se reeleger aumentam, inclusive já no primeiro turno.

Revolta
A ex-senadora não poupa críticas à Justiça Eleitoral. Encara a negação do registro da Rede Sustentabilidade como uma cassação branca. No ato de filiação, endossou as críticas do ministro Gilmar Mendes à decisão do Tribunal Superior Eleitoral. E denunciou que mais de 80% das filiações feitas no ABC paulista foram indevidamente desconsideradas.

Usineiro
Antonio Eduardo Tonielo, grande empresário do setor açucareiro paulista, é o vice dos sonhos dos petistas na chapa do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (foto). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já desistiu de remover a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pelo PMDB.

Serra Pelada/ Em matéria de prestígio entre os garimpeiros, o ex-deputado Virgílio Guimarães é o sucessor do famoso major Curió em Serra Pelada. Consultor de empresas, ajudou a cooperativa do garimpo a se acertar com o governo e a empresa mineradora que hoje explora o que restou de ouro na região.

Admiração/ O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) está empenhado em convidar políticos, jornalistas e personalidades para o lançamento do livro do ex-senador Roberto Saturnino Braga, por quem tem grande admiração. "Saturnino, com quem tive o prazer de trabalhar, é uma de minhas maiores referências políticas", afirma. O lançamento será na terça-feira, dia 8, na Biblioteca do Senado, às 18h.

O ponto
De Augusto de Franco, especialista em redes sociais, sobre Marina Silva e a Rede Sustentabilidade: "Marina não precisa do partido (Rede) para sair candidata à presidente da República, certo? Ela quer um partido para ocupar o Estado e, a partir do Estado, transformar a sociedade, ou quer uma rede que atue na sociedade e seja capaz de mudar a política e democratizar o Estado?" Essa é a questão que Marina precisa responder.

Enrosco
O diplomata Eduardo Saboia (foto) não terá vida fácil no Itamaraty pelos próximos anos, mas permanecerá na carreira, mesmo sem promoções. O trabalho da comissão de sindicância que apura as circunstâncias do seu caso de indisciplina na fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz caminha para um beco sem saída. Quanto mais se apura, mais enrolado fica o caso para a cúpula do Ministério das Relações Exteriores.

Violência
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio e as organizações não governamentais Justiça Global e Instituto de Defesa dos Direitos Humanos vão encaminhar as denúncias de violência policial contra os professores cariocas a organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a outros nacionais, como o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Protesto
Professores realizarão hoje uma grande manifestação no Rio de Janeiro contra o novo plano de cargos e salários da categoria aprovado pela Câmara. Em protesto contra a violência policial, querem reunir na Candelária 1 milhão de pessoas

Fonte: Correio Braziliense

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