sábado, 2 de novembro de 2013

Déficit da balança é o pior desde 1998

Comércio exterior tem saldo negativo acumulado de US$ 1,83 bi de janeiro a outubro

Eliane Oliveira

BRASÍLIA- De janeiro a outubro, o comércio exterior brasileiro apresentou déficit acumulado S$ 1,832 bilhão, o pior desde 1998, quando a balança teve negativo de US$ 5 bilhões. Nos dez primeiros meses deste ano, as exportações ficaram em US$ 200,472 bilhões e as importações atingiram US$ 202,304 bilhões. No mesmo período do ano passado, a balança registrou superávit de US$ 17,350 bilhões.

Afetada mais uma vez pelo setor de petróleo, a balança comercial apresentou déficit em outubro, após dois meses seguidos de superávits mensais. O saldo negativo chegou a US$ 224 milhões no período, o pior resultado para o mês desde 2000, quando as compras externas superaram as vendas em US$ 546,9 milhões. As exportações somaram US$ 22,822 bilhões e as importações, US$ 23,046 bilhões.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, disse que, no mês passado, houve aumento de 82% nas importações de petróleo e derivados ante outubro de 2012. Ele explicou que o principal motivo foi a parada, para manutenção, da refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), de 19 de setembro até o fim de outubro.

Para Godinho, a tendência é de queda das importações do produto por três razões: a refinaria voltará a funcionar; a Petrobras aumentará sua produção; e, com o período de entressafra de grãos, haverá menos consumo de óleo diesel por caminhões, tratores e colheitadeiras.

— Apesar do resultado, ainda apostamos em um superávit comercial neste ano — disse o secretário, sem citar números.

Em outubro, tanto as exportações quanto as importações bateram recordes. Em relação a outubro de 2012, o total exportado cresceu 0,3%, mas caiu 0,8% ante setembro deste ano. As compras externas registraram crescimento de 9,6% ante outubro do ano passado e 11,6% sobre o mês anterior.

China mantém liderança
O resultado mensal poderia ser ainda mais fraco, não fosse o registro de exportação de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 1,9 bilhão. A questão é que a plataforma não saiu do Brasil.

— Quando há exportação de plataformas, há venda de um ifabricante nacional para um importador domiciliado no exterior. Além disso, há pagamento em moeda estrangeira e entrada de recursos no país. De acordo com as normas e critérios internacionais, é uma exportação para fins fiscais e contábeis — explicou.

Os chineses mantiveram a posição de maiores parceiros comerciais do Brasil nos dois sentidos. A China comprou US$ 3,640 bilhões em produtos brasileiros e exportou para nós US$ 3,708 bilhões. Com isso, houve um déficit de US$ 68 milhões com o país asiático. Os Estados Unidos estão em segundo lugar.

Fonte: O Globo

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